A medida defendida pelo Governo, que obriga os bancos a um período de 90 dias para renegociação de dívidas em caso de incumprimento no pagamento de empréstimos, suscitou mal estar nas entidades bancárias.
Fernando Ulrich não compreende esta medida, anunciada nesta quinta-feira, pelo executivo, e lembra que “os bancos não colocam uma guilhotina” sobre os detentores de empréstimos que estejam em situação de incumprimento, em resultado de dificuldades económicas.
O presidente do BPI vai mais longe e lembra que “é do interesse das instituições bancárias” evitar litígios, sendo que são feitos “todos os esforços” para resolver incumprimentos através de renegociações de dívida ou de outras soluções. “Os bancos e os devedores têm todo o interesse em encontrar soluções construtivas, em vez da rutura”, lembra Ulrich.
O avolumar de casos de falta de pagamento de empréstimos bancários é um fenómeno decorrente das dificuldades das famílias. O Governo perspetiva que haja mais casos de litígios entre credores e devedores e quer que os bancos concedam três meses após os incumprimentos. Neste período, devem decorrer negociações de dívida e esgotadas alternativas, antes que os bancos avancem para tribunal.
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