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“Bancos continuam a usar fundos de depósitos à ordem em investimentos de longo prazo. É uma fraude”

Em entrevista à RTP, José Roquette viaja pelo colapso do BES e alerta para um procedimento dos bancos, que “hoje em dia, continuam a fazer e que é dramática: utilizar fundos por exemplo de depósitos à ordem em investimentos de longo prazo”. O empresário considera que os portugueses vão continuar a pagar o Novo Banco. 

O empresário José Roquette concedeu uma entrevista à RTP, onde falou do colapso do Banco Espírito Santo. Tendo sido um dos grandes impulsionadores daquela instituição, no período áureo do banco, confessa-se surpreendido com o colapso e com todo o processo que envolveu Ricardo Salgado.   

“Se tiver de dizer com toda a franqueza, poderá ter sido uma surpresa”, assume, lembrando uma frase que do fundador do Espírito Santo, que Roquette nunca esqueceu e que não se cumpriu. 

“Pai José Espírito Santo, que foi o fundador do Espírito Santo, dizia: ‘Nunca se esqueçam de que, por cada conto de reis, só 100 escudos é que são nossos e o resto é de outras pessoas’”, cita.  

Nesta conversa com Fátima Campos Ferreira, José Roquette faz um alerta para alegados procedimentos de instituições bancárias.

Segundo garante, o dinheiro de depósitos à ordem estão a ser usados em investimentos. 

“Há uma coisa que os bancos, hoje em dia, continuam a fazer e que é dramática: utilizar fundos por exemplo de depósitos à ordem em investimentos de longo prazo. É uma fraude”.  

Sobre Ricardo Salgado, Roquette fala de um homem “que carrega um peso muito grande”, mas que ainda não pediu desculpa, o que deveria ter sucedido. 

“Hoje não existe relação com Ricardo Salgado. Acredito que o Ricardo carrega com ele um peso muito grande, um peso pessoal e humano. Ele não foi preso. Pela cultura da família, aquilo que ele herdou também, deve custar-lhe muito o que está a acontecer. Ricardo Salgado não fez um pedido de desculpa. Acho que ele deveria ter feito”, afirma. 

José Roquette acredita que a queda do BES não teria ocorrido se o próprio fosse acionista. “Estou convencido de que, se eu tivesse continuado a ser acionista, o que aconteceu não teria acontecido”, sustenta. E critica a resolução do banco. 

“O que deveria ter sido feito era, unicamente, substituir o Ricardo e as estruturas de gestão do BES, sem fazer a resolução, que resultou naquela conversão absolutamente surrealista do ‘banco bom’ e do ‘banco mau’”, critica. 

Com um novo aviso sobre os sistemas financeiros, que “estão a passar por um momento muito complicado”, José Roquette sustenta que a fatura do Novo Banco vai continuar a ser imputada aos contribuintes. “De uma forma ou de outra, os portugueses vão continuar a pagar o Novo Banco”, conclui. 

Pode ver essa declaração neste vídeo da RTP, a partir do minuto 22.

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