Auditoria ao Grupo Sporting aponta “falência técnica” e “défice crónico”

Auditoria denuncia que o Grupo Sporting está em “falência técnica”, com um passivo que ronda os 300 milhões de euros, acumulado desde 1998. Desde então, o clube de Alvalade tem apresentado um “défice crónico” de tesouraria. Na última década, o capital leonino passou de 11,7 milhões de euros, para 183 milhões negativos. José Eduardo Bettencourt foi o presidente com pior desempenho.

Ano após ano, o Sporting vem acumulando prejuízos, quantificados nesta auditoria realizada às contas do clube, relativas ao período entre 1 de agosto de 1998 e 26 de março do ano passado. Os resultados desta análise às finanças leoninas foram hoje divulgados e apontam “falência técnica”.

Em cerca de uma década, entre 1998 e 2011, o Sporting viu o seu capital ser delapidado, passando de 11,7 milhões positivos para 183 milhões negativos. Esta variação representa uma média de perdas de 16 milhões de euros por cada ano que passa.

A auditoria aponta ainda “desequilíbrios na estrutura financeira, o que é considerado “falência técnica”, em termos consolidados. Durante estes anos, o Grupo Sporting foi juntando prejuízos atrás de prejuízos, até um total de 175 milhões de euros.

Segundo esta auditoria, o único ano em que se verifica um resultado positivo é 2007, mas por razões extraordinárias: a transferência de Nani para o Manchester United, por 24,2 milhões de euros. José Eduardo Bettencourt é apontado como o presidente mais despesista: em 2010, apresentou um saldo negativo de 38 milhões de euros.

Ao “défice crónico” de tesouraria, que a auditoria ao Grupo Sporting aponta, juntam-se “custos adicionais” na ordem dos 115 milhões de euros, resultantes de pagamento de juros.

Esta auditoria independente foi solicitada pela atual direção do Sporting, presidida por Godinho Lopes. Diz respeito às presidências de José Roquette, Dias da Cunha, Soares Franco e José Eduardo Bettencourt. A auditoria está disponível para consulta no site oficial do clube.