Ativistas juntaram-se hoje, em frente à embaixada do Brasil em Berlim, para pedir o “fim do diálogo” da Alemanha com o Governo de Jair Bolsonaro, apelando ao “boicote imediato” depois dos incêndios na Amazónia.
“A chanceler Angela Merkel acha que pode, através do diálogo e dos tratados de livre comércio, influenciar o Governo brasileiro para as questões de sustentabilidade. Nós achamos que isso é um grande erro, esse governo não tem interesse nenhum em defender a Amazónia”, disse à agência Lusa o ativista alemão Christian Russau.
“O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, tem um discurso violento e racista (…) Defende abrir as terras indígenas também para a mineração. Nós, juntamente com outras 22 organizações não-governamentais, dirigimos uma carta pública à Thyssenkrupp e à Siemens, que são grandes fornecedores de equipamentos de tecnologia na área da mineração, exigindo uma posição clara manifestando que não vão fornecer esse equipamento”, destacou o organizador e membro da Kobra – Rede Nacional de Solidariedade ao Brasil.
Esta foi a segunda manifestação com o mote “S.O.S. Amazónia”, organizada em Berlim, que juntou desta vez algumas dezenas de pessoas de várias nacionalidades.
“Para mim é muito importante a Amazónia, devia sê-lo para todos. Mas eu cresci lá”, afirmou, por sua vez, Vanessa Piluso. Está descalça, com um vestido e uma coroa feita com folhas e na cara tem duas bandeiras pintadas, do Brasil e da Bolívia.
“Não vi que houvesse uma grande reação aos incêndios, não vi que o Governo alemão dissesse que é preciso mudar algo. É como se o que estivesse a acontecer fosse algo pequeno, e não é assim. Estudos mostraram que vamos precisar de 200 anos para recuperar o perdido, por isso acho que não reagiram como deveriam. É precisamente por isso que estou aqui”, explicou a boliviana de 30 anos.
Samantha Silva segura o filho ao colo enquanto ouve os discursos em português do Brasil, traduzidos para alemão. Admitiu ser “importante criar uma consciência para perceber que os recursos naturais podem acabar” e isso, acrescentou, é necessário fazer “desde cedo”.
“Muitas pessoas na Europa ainda têm uma visão muito idealizada da Amazónia, pensam em fauna, flora, mas existem povos ali, há pessoas a morrer e a serem expulsas das suas terras. Isso tem de ser mais divulgado, não estamos apenas a falar do pulmão do mundo, mas também da existência humana”, frisou.
Também a portuguesa Denise Pereira decidiu “não ficar sentada a observar a partir de casa”, juntando-se à concentração marcada através das redes sociais.
“Estou aqui para mostrar que é importante tomarmos alguma ação na Amazónia (…). Está a arder e ninguém quer saber, porque obviamente serve interesses económicos”, acusou.
Para a poeta e performer “os governos europeus deveriam, igualmente, para além de oferecer apoio financeiro e manifestar horror pelo que está a acontecer na Amazónia, olhar para as suas políticas de proteção dos ecossistemas e sustentabilidade de recursos naturais, nomeadamente a exploração de combustíveis fósseis”.
A Amazónia é a maior floresta tropical do mundo e possui a maior biodiversidade registada numa área do planeta, com cerca de 5,5 milhões de quilómetros quadrados, incluindo territórios do Brasil, Peru, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa (pertencente à França).
Está prevista esta tarde uma conversa telefónica entre Jair Bolsonaro e Angela Merkel. Para este sábado está marcada uma nova manifestação “S.O.S Amazónia” no centro de Berlim.
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