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Angola vai crescer 2,4% este ano e situação económica está a melhorar, diz ONU

A analista de assuntos económicos com o pelouro de África nas Nações Unidas, Helena Afonso, disse hoje à Lusa esperar um crescimento de 2,4 por cento em Angola e salientou que “a situação económica está a melhorar”.

“Em Angola, a situação económica está a melhorar naquela que é a segunda maior economia no Sul de África; o crescimento é previsto que acelere para 2,4 por cento este ano e 3 por cento em 2020, sustentado por maior procura interna e aumento da produção petrolífera e de diamantes”, disse a economista à Lusa, no dia em que as Nações Unidas divulgam o relatório sobre a Situação Económica Mundial, que prevê que Angola tenha crescido 1 por cento no ano passado.

“A diminuição das pressões inflacionárias deverá sustentar o consumo privado, enquanto as reformas económicas em andamento deverão melhorar o clima de negócios e impulsionar o investimento fixo”, acrescentou, vincando que o IVA, com introdução prevista para o início do segundo semestre, “ajudará a mobilização de recursos internos”.

Apesar das perspetivas positivas para o segundo maior produtor de petróleo na África subsaariana, Helena Afonso aponta também alguns riscos, nomeadamente devido à dependência do petróleo e do financiamento chinês.

“O desempenho económico do país continua substancialmente ligado à evolução do preço do petróleo, o qual prevemos que se mantenha numa média de cerca de 72 dólares por barril em 2019, depois de uma média de 73 dólares em 2018 e 54 dólares em 2017”, disse a economista.

“Esta dependência crónica continua a ser o principal risco negativo para as perspetivas sobre Angola. As tensões comerciais entre os EUA e a China apresentam um risco negativo para as receitas petrolíferas angolanas, caso as tarifas afetem acima do esperado o crescimento económico da China e prejudiquem assim a procura de petróleo deste país”, conclui a economista nas declarações à Lusa.

O relatório sobre a Situação Económica Mundial, hoje divulgado em Nova Iorque, é elaborado em conjunto pelo Departamento de Assuntos Económicos e Sociais das Nações Unidas (UN/DESA), pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) e pelos cinco departamentos regionais da ONU, com a contribuição da Organização Mundial do Turismo das Nações Unidas.

No relatório, os analistas escrevem que em África “os rácios entre a dívida pública e o PIB devem aumentar, com a exceção de Angola, que conseguiu reduzir a dívida pública de 75 por cento do PIB em 2016 para 48 por cento em 2018 e deverá descer ainda mais para 30 por cento em 2020″, apesar de o próprio Governo assumir uma dívida superior a 70 por cento no ano passado” e de o FMI, nos textos que acompanham o Programa de Financiamento Ampliado, assumir que a dívida pública estava nos 90 por cento, no ano passado.

Na abordagem global, a ONU/DESA diz que o crescimento económico mundial, que deverá ficar em 3 por cento, como no ano passado, “esconde riscos subjacentes e desequilíbrios”, apontando como exemplos “a confluência de riscos de curto prazo, como as tensões comerciais, as fragilidades financeiras e os riscos climatéricos”.

O crescimento económico “é desigual e muitas vezes não chega onde é mais preciso”, dizem os economistas, vincando que “as vulnerabilidades subjacentes põem perigo o progresso de longo prazo relativo à implementação da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”.

Entre os potenciais gatilhos de uma crise financeira, a ONU/DESA aponta “as tensões comerciais globais, os ajustamentos da política monetária nas economias desenvolvidas, choques de preços das matérias-primas, perturbações políticas na Europa associadas ao Brexit e as perturbações económicas ou políticas internas”.

Lusa

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Lusa
Etiquetas: ÁfricaAngola

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