O Bloco de Esquerda não perdoa a traição do PS, que pediu nova votação para chumbar a taxa sobre as empresas produtoras de energias renováveis. “Voltar atrás com a palavra dada é o pior da política”, frisou Jorge Costa.
A medida tinha sido combinada e aprovada por PS e BE e iria gerar uma receita estimada em 250 milhões de euros. Porém, o PS hoje voltou atrás e pediu uma nova votação, juntando-se ao CDS no chumbo da proposta que havia aprovado.
Antes da votação, o BE exigiu responsabilidades ao PS: “Quem vão representar hoje, os portugueses que pagam a mais alta fatura da eletricidade da Europa ou o lóbi” das energéticas?
Com esta questão, Jorge Costa ironizou com “o milagre [que está] a acontecer a favor dessas empresas em Portugal”.
“Encontrámos o que de pior há na política”, insistiu o deputado bloquista: “Voltar atrás com a palavra dada é o pior que a política pode dar às pessoas, e não podemos aceitá-lo”.
Só após a terceira intervenção de Jorge Costa é que o PS assumiu, por intermédio de Luís Testa, que pediu uma nova votação para poder chumbar a medida que o mesmo PS tinha acordado com o BE.
“Faltaram nervos de aço ao Governo”, concluiu Jorge Costa: “Não compreendo o que mudou desde sexta-feira”.
Ascenso Simões foi o único socialista a aprovar a proposta, tal como BE, PCP, PEV e PAN. O PSD absteve-se, enquanto PS e CDS votaram contra e fizeram chumbar a taxa.
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