Alívio dos empréstimos a Portugal ignorados na reunião de hoje do Eurogrupo

O alívio dos empréstimos a Portugal, à semelhança do concedido à Grécia, não vai ser discutido na reunião de hoje do Eurogrupo. Apesar de Vítor Gaspar exigir “igualdade de tratamento”, os ministros europeus insistem que o ‘bónus’ aos gregos foi “um caso único”.

O alívio dos empréstimos concedidos a Portugal no âmbito do programa de assistência económica e financeira (com juros mais baixos e maturidades mais longas) será um tema ignorado na reunião de hoje do Eurogrupo. Os ministros das Finanças da Zona Euro recusam-se a dar aos países resgatados as mesmas vantagens que concederam à Grécia, alegando ser “um caso único”.

Há uma semana, após o Eurogrupo e o Fundo Monetário Internacional (FMI) terem terminado com quase um mês de impasse, a Grécia beneficiou de um ajustamento do plano de pagamentos, com, entre outras benesses, juros mais baixos e maturidades mais longas. Logo após a reunião, o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, admitiu que Portugal e Irlanda, países também resgatados, deviam beneficiar das mesmas vantagens.

Esse seria, à partida, o principal ponto da agenda da reunião de hoje do Eurogrupo. O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, acrescentara, terça-feira, no Parlamento, que ia exigir o “princípio de igualdade de tratamento” para Portugal e Irlanda, tese ontem reforçada pelo primeiro-ministro, durante a visita oficial a Cabo Verde.

“O acordo que foi atingido em Bruxelas tem uma componente específica para a Grécia [que] não se aplica a quaisquer outros países”, explicou Passos Coelho, sublinhando haver “outra componente que não está relacionada diretamente com esse programa para a Grécia, e que tem que ver com o acordo quadro no qual se baseia o instrumento mais importante que a União Europeia tem na gestão de crises financeiras em vigor, que é agora o Mecanismo Europeu de Estabilidade”.

Porém, vários responsáveis europeus já deram a entender que o apoio à Grécia será “um caso único”, com “condições únicas” e que não podem ser repetidas noutros países da Zona Euro. Daí que, na ordem de trabalhos da reunião de hoje, o único ponto que deverá envolver Portugal será a análise da sexta avaliação da troika. O encontro está marcado para as 17h00 (16h00 em Portugal continental), em Bruxelas.