Vinte e três hospitais recusaram fazer um aborto, legal, a uma italiana de 41 anos. A mulher acusa os médicos de cederem à influência da Igreja católica.
O caso, tornado público pelo Il Gazzettino, põe à vista um vazio na legislação italiana.
O aborto é permitido até às 12 semanas, mas a lei de 1978 contempla a possibilidade dos médicos recusarem fazer o procedimento por razões religiosas ou pessoais.
Foi o que aconteceu à mulher de 41 anos que contactou – e foi recusada por – 23 hospitais do noroeste do país.
As ‘desculpas’ dos 23 hospitais foram duas: ou não havia vaga no período das 12 semanas de gravidez, ou não tinham médicos que aceitassem realizar a operação.
De acordo com os dados do Serviço de Saúde de Itália, cerca de 70 por médicos são objetores de consciência. Na região de Veneza, quase aos 80 por cento recusam terminar uma gravidez.
A mulher só conseguiu abortar depois da intervenção de uma confederação comercial (a CGIL), que pressionou o pressionou o principal hospital de Pádua, um dos que tinha recusado anteriormente o pedido.
“Não faz sentido que a lei permita à mulher o direito a escolher e depois não haja condições para que elas o façam”, comentou a vítima, que pediu o anonimato.
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