Portugal é ponto de origem, trânsito e destino de casos de tráfico humano, com uma realidade muito mais grave do que apontam as estatísticas oficiais. De acordo com dois investigadores do IEEI, a realidade é bem pior do que apontam os números conhecidos.
De acordo com o Jornal de Notícias, há em Portugal casos de venda de mulheres, que são transacionadas para exploração sexual e vendidas a um preço que ronda os 35 mil euros.
Em muitos dos casos de tráfico humano, as mulheres chegam a Portugal com a promessa de emprego, mas veem-se transformadas em ‘mercadoria’ para fins sexuais, relacionados com prostituição. Acabam por ser forçadas, sob ameaça, a servir esses interesses e, em muitas situações, vendidas, segundo adianta o JN.
De acordo com este periódico, que analisa dados recolhidos por dois investigadores do IEEI, as estatísticas oficiais “contam uma pequena parte da triste história do tráfico e exploração de seres humanos em Portugal”.
Os investigadores detetaram 115 vítimas de tráfico humano e revelam que somente “11 por cento foram identificadas pela polícia. Há “98 que não estavam sinalizadas”. Estima-se que Portugal tenha, todos os anos, cerca de 260 pessoas traficadas, quer como ponto de origem, como trânsito para outros países, ou como ponto de chegada. Estes números representam o “triplo” do que assinala os dados oficiais – que ignoram os casos em que Portugal é trânsito de vítimas.
Estas conclusões que o JN divulga estão compiladas num estudo, apresentado nesta quarta-feira, que identifica Portugal como uma das principais rotas de crimes de tráfico de pessoas, para fins de exploração sexual ou laboral.
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