Viktor Yanukovich, que se assume como “o Presidente legítimo” da Ucrânia, voltou a falar ao país, pela segunda vez desde que fugiu para Rostov-on-Don, na Rússia.
O último chefe de Estado a ser eleito democraticamente na Ucrânia e que foi deposto na sequência dos recentes protestos insiste que é ele o “Presidente legítimo da Ucrânia, bem como o chefe das Forças Armadas”, dexando a garantia de que o Exército não vai obedecer a “ordens criminosas”.
Durante sete minutos, Viktor Yanukovich leu um discurso que insistia na falta de legitimidade do novo Governo provisório, já reconhecido por alguns países e que emitiu um mandado de captura internacional, em nome de Yanukovich, por homicídio em massa.
Segundo o ainda/deposto Presidente, o novo executivo é um “gangue” de “ultranacionalistas e neofascistas”, o que leva Yanukovich a estranhar o apoio que esse “gangue” tem recebido da “comunidade internacional”.
“Ninguém tem o direito a apoiar um golpe de Estado”, frisou o político ucraniano, reforçando: “quero perguntar aos patronos destas forças negras no Ocidente: ficaram cegos? Esqueceram-se do que é o fascismo?”
Entre esses “cegos” encontram-se os EUA, país que se comprometeu a apoiar as forças políticas da oposição e cujo apoio financeiro poderá ser ilegal.
“Os EUA estão a planear dar mil milhões de dólares a este governo, mas eu recordo que estão proibidos de financiar um governo que derrubou um Presidente legítimo”, afirmou Yanukovich, garantindo que vai pedir pareceres ao Supremo Tribunal e ao Congresso dos EUA para aferir a nulidade da ajuda financeira, à luz da lei norte-americana.
O Presidente deposto não abordou a intervenção russa na Crimeia e, sobre o problema nessa península, endossou as responsabilidades ao “gangue” dos novos governantes: “a consequência das ações é que a Crimeia se vá separar”.
Uma intervenção russa que foi justificada por Vitali Churkin, embaixador russo nas Nações Unidas, como solicitada por Viktor Yanukovich para proteger a Crimeia.
Também as referências do Presidente Russo, Vladimir Putin, de que não haveria futuro político para Yanukovich foram ignoradas por este.
“Assim que as circunstâncias o permitam, e estou convencido que não vai faltar muito, irei voltar a Kiev”, prometeu.
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