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Ucrânia: Donetsk diz que quer ser russa após referendo pela independência

O referendo pela independência de Donetsk terminou com quase 90 por cento de aprovação. A Ucrânia condena a “farsa” e a Rússia diz “respeitar a vontade da população”, mas não se compromete a anexar a região como fez aquando da secessão da Crimeia.

A região ucraniana de Donetsk assumiu-se ontem pela independência, em referendo, e pela adesão à Federação Russa, embora sem um prévio aval do Kremlin.

Chamada a votar num referendo considerado ilegal pela comunidade internacional e só aceite pela Rússia e aliados, as populações das regiões de Donetsk e de Lugansk não deixaram dúvidas, com 89,07 e 96,2 por cento a favor da secessão da Ucrânia.

“Nós, o povo da República Popular de Donetsk, declaramos que a República se torna um Estado soberano”, afirmou Denis Pushilin, um dos principais dirigentes dos movimentos separatistas, citado pela AFP.

“Para restabelecer a justiça histórica, pedimos à Rússia que avalie a possibilidade de uma ligação da república de Donetsk à Federação Russa. O povo de Donetsk sempre foi parte do mundo russo. Para nós, a história da Rússia é a nossa história”, reforçou.

“A contagem dos votos acabou por ser surpreendentemente fácil”, comentou um responsável da autodenominada Comissão Eleitoral Central de Donetsk, formada por separatistas que não reconhecem a legalidade do Governo provisório da Ucrânia.

“O número de pessoas que votaram ‘não’ foi relativamente baixo e a proporção de boletins nulos foi baixa, por isso conseguimos realizar a contagem de forma rápida”, acrescentou a mesma fonte.

Após as consultas populares nas duas regiões da Ucrânia, a Rússia garantiu que vai “respeitar a expressão da vontade das populações”, mas não se comprometeu a aceitar os pedidos de adesão à Federação Russa, tal como aconteceu com a Crimeia.

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, precisou que o Kremin reconhece o direito à “autogovernação”. “Em Moscovo, respeitamos a vontade do povo das regiões de Donetsk e de Lugansk e contamos com a implementação no terreno do resultado do referendo, de uma forma civilizada, sem a repetição da violência e através do diálogo”, argumentou.

A “autogovernação” era o tópico da pergunta do referendo de ontem, o qual não incluiu qualquer referência a uma posterior adesão à Federação Russa.

O referendo, mesmo sendo realizado, não deixa de ser uma farsa, respondeu o Presidente interino da Ucrânia, Olexandr Turchinov: “a farsa a que os terroristas chamam referendo não é mais do que uma cobertura de propaganda para os assassinatos, os sequestros e outros crimes graves”.

O Governo provisório ameaçara com sanções um total de 27 autarquias, mas dificilmente conseguirá aplicá-las visto que os movimentos separatistas apoderaram-se dos órgãos governativos nessas autarquias.

Para além da Ucrânia, os EUA, a União Europeia e as principais organizações internacionais anunciaram que continuam a não reconhecer a legalidade dos referendos de ontem. 

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