Devido à relevância do tema dentro do contexto da saúde pública, a Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia (ISTH) definiu o dia 13 de outubro como o Dia Mundial da Trombose.
Em Portugal, a iniciativa conta com o apoio do Grupo de Estudos de Cancro e Trombose (GESCAT), para colocar em debate toda a problemática associada a este problema de saúde urgente.
Ao mesmo tempo, aumenta-se assim a consciencialização da população e dos profissionais de saúde para as causas, fatores de riscos e sintomas da trombose, além de fomentar o conhecimento e compreensão sobre a prevenção, diagnóstico e tratamento da doença.
“Silenciosa, assintomática, repentina e grave. A trombose é uma doença causada pela formação de um coágulo sanguíneo numa veia, principalmente nos membros inferiores. Se não houver uma ação rápida, pode ser fatal”.
O alerta é do Médico Oncologista e Presidente do GESCAT, Sérgio Barroso, por ocasião do Dia Mundial de Combate à Trombose: “A boa notícia é que este problema pode ser prevenido. Portanto, é fundamental que todos tenham os ‘Olhos Abertos Para a Trombose’ e que o GESCAT continue a levar conhecimento até à população para dar a conhecer os fatores de risco para a trombose, assim como seus sinais e sintomas, evitando-se assim o aumento da prevalência da doença em Portugal”.
Atualmente, estima-se que a trombose afete duas a cada mil pessoas por ano, com uma taxa de ocorrência de 25%, o que a torna a principal causa de morte cardiovascular evitável. O problema é mais comum do que se pensa e requer tratamento célere e especializado.
“É por este motivo que o GESCAT defende que a trombose deve ser considerada um problema de saúde urgente e crescente e que o primeiro passo para a prevenção da trombose é entender como é que esta doença se manifesta no corpo. A falta de conhecimento de grande parte da população acerca desta patologia silenciosa atrasa frequentemente o seu correto diagnóstico e consequente tratamento, o que a torna a principal causa de morte cardiovascular evitável”, esclarece o presidente do Grupo de Estudos.
A Trombose é uma condição na qual os coágulos de sangue se formam (em geral) nas veias profundas das pernas, virilha ou braços, causando uma Trombose Venosa Profunda (TVP). Se não for prevenida ou diagnosticada rapidamente, a TVP pode progredir, levando à rutura do coágulo, o qual pode migrar até os pulmões e causar uma Embolia Pulmonar (EP). A EP é uma situação grave e que precisa de atendimento medico de emergência. Juntos, a TVP e a EP formam o que conhecemos como Tromboembolismo Venoso (TEV). TVP + EP = TEV. Esta condição médica perigosa, frequentemente ignorada e potencialmente fatal, contribui para a morte de 1 em cada 4 pessoas em todo o mundo.
Sendo o acesso aos cuidados de saúde fundamental, é importante que as pessoas estejam atentas à realidade desta doença e a prestar a devida atenção aos sinais do seu corpo.
Se um coágulo se forma nas veias da perna podemos ter a Trombose Venosa Profunda ou TVP
Se um coágulo formado na perna se rompe e vai até o pulmão, temos a Embolia Pulmonar ou EP
O TEV inclui a Trombose Venosa Profunda (TVP) e a sua maior complicação, a Embolia Pulmonar (EP).
Juntos, a TVP e a EP são conhecidas como Tromboembolismo Venoso (TEV) – uma condição médica perigosa e potencialmente mortal. TVP + EP = TEV
O TEV pode ocorrer sem qualquer sinal de aviso e pode passar despercebido e não ser diagnosticado corretamente por um profissional de saúde. Os sintomas que aparecem podem estar associados à TVP ou à EP.
O TEV é frequentemente prevenível e há métodos cientificamente validados que podem reduzir o seu risco. Os fatores de risco do TEV são:
O TEV é uma complicação comum na população oncológica, devido à quimioterapia, radioterapia, hospitalização e imobilidade. A Trombose Associada ao Cancro é uma importante causa de morbidade e mortalidade. O risco de TEV em doentes oncológicos é 4 a 6 vezes superior que na população em geral.
Este é um dado impressionante, mas que deve ser conhecido por doentes em tratamento oncológico para o cancro. Embora nem todos os fatores sejam conhecidos, os principais determinantes do risco para a TAC incluem os tumores no cérebro, pulmões, estômago, pâncreas, linfomas, rins e ovário, entre outros.
Dados epidemiológicos recentes sugerem que aproximadamente 60% de todos os casos de TEV no mundo estão associados a internamentos hospitalares e o TEV é a principal causa prevenível de morte hospitalar.
Os cuidados diários para a prevenção incluem atitudes simples como:
O presidente do GESCAT alerta que, ao identificar os principais sintomas da trombose, é necessário procurar imediatamente ajuda médica para confirmar o diagnóstico da trombose suspeita e começar rapidamente o tratamento da doença.
Uma vez confirmado o diagnóstico, o tratamento da trombose venosa profunda deve começar imediatamente para impedir o crescimento do coágulo sanguíneo, impedir que o coágulo avance para outras regiões do corpo e, assim, evitar uma possível embolia pulmonar.
O tratamento pode contemplar anticoagulantes para impedir que os coágulos sanguíneos se desloquem para os pulmões e meias de compressão para melhorar o edema causado pela trombose.
No próximo dia 6 de novembro, pelas 14h30, no Hotel Olissippo Oriente, em Lisboa, o GESCAT vai realizar uma reunião de doentes, subordinada ao tema ‘Impacto da Trombose Associado ao Cancro”.
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