Fez em junho passado três anos que o Voo 447 da Air France, com ligação entre o Rio de Janeiro e Paris, desapareceu dos radares aéreos dos controladores. Poucos dias depois, confirmava-se o pior. O avião, com 228 pessoas, tinha caído no Oceano Atlântico, não haviam sobreviventes.
Cerca de três anos e um mês depois, a BEA, a agência francesa de aviação, revela o relatório final da investigação que foi levada a cabo. Para aquela entidade, a culpa do acidente tem duas ‘caras’.
O documento tornado público esta quinta-feira revela que houve falhas dos pilotos, que tomaram decisões erradas naquela situação de emergência, e do próprio aparelho, um Airbus A330.
Para esta conclusão, a BEA investigou os dados recolhidos das duas caixas negras do avião. Ouvidas as gravações da cabine e lidas as informações de altitude e velocidade, os especialistas confirmam que houve uma falha técnica, nas sondas Pitot, que forneceram leituras erradas da velocidade aos pilotos.
Contudo, segundo o relatório da BEA, os responsáveis pelo comando do avião poderiam ter feito mais. A conclusão do organismo francês é que os pilotos não estariam devidamente preparados para uma emergência deste tipo, tendo por isso perdido o controlo total da situação. Recorde-se que, desde que as falhas foram detetadas a bordo do Voo 447 da Air France, até ao embate nas águas do Atlântico, passaram-se cerca de quatro minutos, segundo os investigadores.
Mas este caso está longe de estar concluído. As famílias das vítimas recusam as culpas atribuídas aos responsáveis pelo voo: “Dizer que o piloto é que teve culpa é fácil. Estávamos à espera que as autoridades francesas se abrissem sobre o que realmente aconteceu, ou seja, que houve uma falha no avião da Airbus e que a empresa vai solucionar o problema daqui para a frente”, afirma Nelson Marinho, porta-voz das famílias.
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