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Trabalhadora obrigada a carregar e descarregar a mesma palete todos os dias

Uma trabalhadora está a cumprir um castigo, numa corticeira: todos os dias tem de carregar e descarregar uma palete com os mesmos sacos. A mulher, mãe de um menino com síndrome de Asperger, repete esta rotina desde maio, de acordo com uma denúncia da CGTP. É o efeito de uma contenda na justiça, que a funcionária ganhou à empresa corticeira Fernando Couto. A empresa fala em “mentira” e revela que o assunto foi entregue ao departamento jurídico.

O caso é denunciado pela CGTP, que cita uma nota do Sindicato dos Operários Corticeiros do Norte.

De acordo com essa denúncia, há uma trabalhadora da empresa corticeira Fernando Couto que está a cumprir um castigo, que consiste em carregar e descarregar uma palete (sempre a mesma).

A razão deste castigo prende-se com um despedimento ilegal de que a trabalhadora, Cristina Tavares, foi vítima.

Inconformada, apresentou queixa no tribunal, que lhe deu razão e obrigou a empresa a indemnizá-la e reintegrá-la.

O Tribunal da Relação do Porto considerou que o despedimento decidido pela empresa era ilegal.

“As tormentas desta trabalhadora (…) começaram há mais de ano e meio, em janeiro de 2017, quando recusou ser despedida com o falso argumento da extinção do posto de trabalho”, revela a CGTP.

A corticeira foi condenada a pagar 3000 euros de indemnização, a pagar todos os salários em falta e a devolver-lhe o posto de trabalho.

Porém, terá decidido retaliar.

“Desde a reintegração, a 7 de maio deste ano, a trabalhadora foi ‘condenada’ a um trabalho completamente improdutivo, a carregar e descarregar uma palete com os mesmos sacos, com mais de 15/20 quilos, ao sol, num ambiente com temperaturas às vezes superiores a 40/45 graus centígrados, onde sofre de constantes hemorragias nasais”, conta a CGTP.

Além desta missão diária, Cristina Tavares é alvo de “constantes provocações verbais e de comportamentos discricionários que atentam contra a sua dignidade”.

“Não saio do mesmo sítio todo o dia. Carrego e descarrego a mesma palete com sacos de cinco mil rolhas mais de 30 vezes por dia, durante nove horas”, contou Cristina Tavares, em declarações ao Jornal de Notícias.

Ter-lhe-á sido também vedado o acesso às casas de banho, bem como o contacto com colegas de trabalho.

“Todos estes atropelos continuam a ocorrer, em desrespeito pela decisão do Tribunal da Relação do Porto e mesmo após a Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) efectuar duas acções inspetivas à entidade patronal e elaborado um auto de notícia por assédio moral”, realça aquele sindicato.

A mulher é divorciada e tem um filho com autismo. Não possui qualquer rendimento além do salário.

A empresa nega todas as acusações e garante que o assunto foi entregue ao departamento jurídico.

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