A L’Oréal tem vindo a testar cosméticos em pele humana desde os anos 80, mas limitada às amostras que são doadas. Para resolver esse problema aliou-se à Organovo para imprimir pele em três dimensões. A inovação já tem um nome: bioimpressão.
Eis uma notícia que faria as delícias de Robert Louis Stevenson, se o escritor ainda fosse vivo: a L’Oréal vai imprimir pele humana.
Não é novidade que a gigante da cosmética trabalha com tecidos vivos, inclusive de humanos. Desde os anos 80 do século passado que todos os produtos da L’Oréal são testados em pele humana (deixando o debate sobre os testes em animais para o campo próprio).
O problema é que esses testes dependem das doações de pele feitas à L’Oréal ou aos poucos tecidos vivos que vão sendo ‘fabricados’ em laboratório, embora a um custo (e tempo) ainda proibitivo.
Afinal, por ano só se conseguem ‘fabricar’ cerca de cinco metros quadrados de pele humana.
O problema está prestes a ser contornado graças à parceria com a Organovo, uma ‘startup’ da bioimpressão.
Isso mesmo, bioimpressão: a tecnologia de impressão a três dimensões (3D) tem sido tão melhorada que já é possível imprimir tecidos vivos.
Assim, para testar a toxicidade e eficácia dos produtos, a L’Oréal recorre à bioimpressão da pele humana, isto enquanto a Organovo ganha músculo financeiro para tornar realidade o sonho de imprimir órgãos humanos funcionais.
E não pense que esse futuro está tão longe assim: a mesma ‘startup’ acaba de assinar um protocolo com a farmacêutica Merck para testar os efeitos de várias drogas em tecidos de fígado.
“A L’Oréal está focada em aumentar a quantidade de pele que é possível produzir para podermos melhorar os testes e aprimorar a qualidade dos nossos produtos”, justificou o vice-presidente da empresa para tecnologias de incubação, Guive Balooch, citado pelo The Washington Post.
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