O secretário-geral do PS afirmou hoje que não vai alimentar a polémica política sobre o processo de Tancos e considerou que o presidente do PSD vai perceber que errou quando cair em si após a campanha eleitoral.
Estas posições foram assumidas por António Costa numa curta entrevista à TVI, durante a qual assumiu que não gostou da forma como Rui Rui se pronunciou nos últimos dias sobre o caso judicial referente ao futuro de armas na base militar de Tancos.
“Eu não quero estar a valorizar essas matérias, eu não gostei e também devo dizer que acho que ninguém gostou. Passado o calor da campanha, quando o doutor Rui Rio cair em si, também irá perceber o que fez”, declarou António Costa minutos depois de ter encerrado um comício do PS em Guimarães.
O secretário-geral considerou que, do ponto de vista político, o caso de Tancos está encerrado.
“Está encerrado há vários meses quando respondi por escrito a todas as perguntas que me foram feitas por todos os deputados que me quiseram colocar questões”, sustentou.
Questionado se vai deixar os seus adversários políticos a falarem sozinhos sobre o caso de Tancos, António Costa respondeu: “Pelo menos comigo não falarão, porque já disse tudo o que tinha a dizer”.
“Sei que o doutor Rui Rio não era deputado, sei que não gostava do seu Grupo Parlamentar e que não confiava nos seus deputados, mas as conclusões da comissão parlamentar de inquérito respondem cabalmente às suas dúvidas. O caso de Tancos está entregue à justiça, já conhecemos a acusação e, seguramente, iremos conhecer seguramente o espaço da defesa. Um dia os tribunais tomarão uma decisão”, afirmou o secretário-geral do PS.
António Costa sugeriu depois que o PSD está a colocar questões sobre o caso de Tancos por estar em dificuldade de apresentar alternativas em relação ao PS.
“Percebo o PSD, que perdeu o debate sobre estes últimos quatro anos. Disseram que vinha o diabo e o diabo não veio, diziam que Portugal ia crescer menos e afinal cresceu mais”, disse.
De acordo com o secretário-geral do PS, “o problema é que o PSD não tem nada de credível para dizer para o futuro”.
“Quando olhamos para o programa eleitoral do PSD, vemos um conjunto de promessas insustentáveis, como a ideia de um choque fiscal. Estamos a ver o mesmo filme que assistimos em 2002 [com Durão Barroso]: Uma promessa de um choque fiscal que acaba em aumento de impostos”, criticou ainda.
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