José Sócrates vai ter de continuar a ‘aguentar’ Carlos Alexandre. Mais uma vez, o pedido de afastamento do juiz, apresentado pela defesa do ex-governante, foi rejeitado pelo tribunal.
De acordo com o advogado Pedro Delille, o Tribunal da Relação de Lisboa considerou “sem fundamento legal” um recurso apresentado pela defesa, que pedia o afastamento do juiz por este se ter pronunciado sobre a aceleração processual determinada pela procuradora-geral da República, o que o impossibilitava (no entender da defesa) de interferir mais no processo.
O mesmo tribunal já tinha procedido assim em outubro do ano passado, negando as intenções da defesa do principal arguido da Operação Marquês.
Dessa vez, os advogados do ex-primeiro-ministro acusaram Carlos Alexandre de “imparcialidade”, citando partes de uma entrevista do juiz que, no entender da defesa, aludiam ao caso de José Sócrates.
“Não tenho dinheiro em nome de amigos”, afirmara Carlos Alexandre, no que foi entendido como uma referência aos alegados empréstimos do “amigo” Carlos Santos Silva a José Sócrates.
Foi também o mesmo juiz quem determinou o arresto da casa em Paris onde vivia o ex-primeiro-ministro.
Apesar do imóvel estar no nome de Carlos Santos Silva, Carlos Alexandre entendeu que pertencia à “esfera patrimonial” de José Sócrates.
Pedro Delille acrescentou que a defesa vai recorrer deste ‘chumbo’ da Relação para a conferência de juízes.
A espera pela decisão fez parar o processo da Operação Marquês por cerca de três meses.
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