Smartphones provocam lesões no polegar, indica estudo brasileiro

Uma pesquisa de um instituto de ortopedia de traumatologia de São Paulo revela que o uso excessivo de smartphones provoca lesões no tendão do polegar. Este trabalho aponta as mesmas conclusões de outro realizado no Canadá.

Os utilizadores de smartphones devem ter esta pesquisa brasileira em consideração, até porque a Secretaria de Estado de Saúde do Brasil já emitiu um alerta: o uso quase permanente do aparelho provoca lesões no polegar, em virtude dos inúmeros movimentos de extensão daquele dedo, que está sujeito a “microlesões no tendão extensor”, de acordo com o médico ortopedista Mateus Saito.

“Para cada clique que o polegar realiza, há um movimento de extensão que, após várias mensagens, acaba por causar microlesões no tendão extensor, que se inflama”, revela o clínico, em declarações ao site Regional.

A pesquisa esteve a cargo do Instituto de Ortopedia de Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. E aponta este problema como sério, na medida em que cada vez mais pessoas utilizam smartphones de modo reiterado.

Com as potencialidades do aparelho – enviar e receber emails, aceder a sites, participar em redes sociais – o polegar é o dedo da mão que está mais sujeito a lesões, não só por o que mais se usa na redação de mensagens, como para segurar o aparelho.

Um outro estudo realizado no Canadá permite perceber quantificar este problema: 140 universitários participaram no trabalho e 84 por cento apresentaram lesões na mão, sendo que a mais comum afeta, precisamente, o polegar.

Estima-se que o uso do smartphone duplique as probabilidades de apresentar mazelas naquele dedo, em comparação com o uso do telemóvel tradicional, que apenas permite realizar chamadas e enviar mensagens. Nesse sentido, recorrer à Internet através do smartphone representa o principal problema.

Para evitar este problema, recomenda-se, em primeiro lugar, um uso consciente, que permita relaxamento do polegar. Dar preferência ao computador, sempre que possível. Não usar sempre a mesma mão. Apoiar o smartphone numa mesa ou noutra base.