A turma encarnada voltou a claudicar numa fase decisiva da época e pode ter dito adeus ao título, ficando à mercê dos resultados de FC Porto e Sporting de Braga. Desta vez, em Olhão, perante uma adversário que tem conseguido um bom registo na era Sérgio Conceição, o Benfica entrou sem chama, a jogar devagar, a falhar passes, com um futebol insípido.
E se Jesus quis poupar Aimar para o Chelsea cometeu um erro. Sem Aimar, o Benfica pura e simplesmente não jogou. É certo que o jogo da Liga dos Campeões pesou na escolha da equipa, mas jogar em Olhão a pensar na partida de terça-feira foi prejudicial para o Benfica.
Os primeiros minutos resumem-se a uma oportunidade perdida por Jardel, numa cabeçada para fora (uma grande oportunidade de golo aos cinco minutos que viria a ser o único laivo de garra da turma de Jesus). Exigia-se mais a uma equipa que, citando Jorge Jesus, “não tem margem de manobra”.
A segunda parte trouxe Aimar ao jogo. O argentino prometia reorganizar uma equipa perdida e sem chama. Mas Aimar deixou o Benfica entregue a si próprio, quando uma entrada pouco prudente o conduz a um cartão vermelho fatal para a equipa lisboeta.
Sentiu-se que uma equipa dependente daquele argentino dificilmente se reergueria com a expulsão do mago. Em inferioridade numérica, o Benfica viu o Olhanense crescer e sacudir a pressão durante largos minutos.
Minutos que passaram, com Jorge Jesus a arriscar, ao ponto de trocar médios por avançados, defesas por pontas de lança. O treinador do Benfica fez uma aposta acertada, porque percebeu que valeria a pena correr riscos lá atrás, sabendo que o empate não chegava.
O Benfica voltou a dominar e criou duas grandes oportunidades. Uma por Cardozo, que remata por cima do lado esquerdo do ataque, após desmarcação, e outra por Gaitán, mesmo em cima do minuto 97 (sete de descontos que se justificaram, porque o jogo teve imensas paragens). A crença dos últimos 20 minutos deveria ter sido estratégia, deixando o Chelsea para depois.
Uma palavra para o Olhanense, que poderia até ter vencido o jogo. É certo que não mudou a estratégia mesmo em superioridade numérica. E essa opção merece aplauso, porque colocar-se-ia à mercê de avançados rápidos como Rodrigo ou Nelson Oliveira. Os jogos de FC Porto e Sporting de Braga dirão se o Benfica deu um passo em falso na luta pelo título.
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