Fernando Seara apresentou-se ontem oficialmente como candidato da coligação Sentir Lisboa, composta por PSD, CDS-PP e MPT, na batalha eleitoral pela Câmara ‘alfacinha’. Com três mandatos consecutivos à frente da autarquia de Sintra, Seara é um dos nomes mais visados quando se aborda a lei de limitação dos mandatos: pode candidatar-se a Lisboa? O candidato afiança que sim, apesar de partir “com desvantagem”.
“Parto com a desvantagem natural de quem se viu constrangido, de quem se viu sujeito a decisões dos tribunais de Lisboa diferentes das de tribunais de todas as outras circunstâncias do país”, explicou-se Fernando Seara, exemplificando que o mesmo “não aconteceu em Loures, não aconteceu em Alcácer, em Santiago do Cacém, em Aveiro, na Guarda”.
Se é “evidente” que parte “com desvantagem”, o candidato pretende recuperar terreno e lança as promessas de “reformar” e “reabilitar Lisboa”, após “12 anos a cumprir escrupulosamente as obrigações que assumi com os munícipes de Sintra”: “concorro para reabilitar Lisboa com os lisboetas e não sem eles ou contra eles, para proteger os mais frágeis, como os velhos isolados, aqueles que têm rendimentos insuficientes, as famílias vítimas de desemprego, os habitantes dos bairros degradados, os jovens inquietos quanto ao futuro”.
“Há os que fazem o trabalho da cigarra, e os que preferem fazer o trabalho da formiga. Estou aqui como candidato de corpo inteiro”, assegurou Fernando Seara: “não sou, nem serei candidato a prazo, com outros desígnios. Estarei aqui, não abandonarei Lisboa nem os lisboetas nos próximos oito anos”.
Assumiu-se como um candidato capaz de provocar “vários” medos, citando alguns: “o medo de perder eleições, o medo de perder o poder, lugares, importâncias, mordomias, o medo de ter de parar de alimentar e gerir clientelas, e o medo de que Lisboa deixe de ser a presa de alguns para passar a ser, na verdade, a cidade de todos”.
Serão “oito anos” – dois mandatos – em que tentará emular as “referências” e os “paradigmas” deixados por anteriores autarcas do PSD, Pedro Santana Lopes e Carmona Rodrigues, que fizeram “obras e obra”. Da ‘herança’ do CDS, Seara evocou Nuno Krus Abecasis, o edil que “transportou para Lisboa uma matriz social cristã” e em dez anos criou uma matriz “que suporta uma política social urbana consistente”.
Na apresentação da coligação, o cabeça de lista foi apoiado pelas duas maiores figuras dos partidos do Governo. “Nenhuma eleição tem resultado antecipado”, avisou Passos Coelho, presidente do PSD, salientando que Lisboa precisa do mesmo que Portugal: “uma verdadeira proposta de união para ultrapassar dificuldades grandes, mas não intransponíveis”.
O CDS apoia Seara “sem reservas”, como explicou o presidente Paulo Portas, porque os municípios precisam de ser liderados por “gente de contas certas, gente equilibrada”, depois de “um resgate doloroso”. É desde partido que vem o número um na lista para a Assembleia Municipal, Telmo Correia.
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