Categorias: Economia

Saída limpa coloca Portugal perante novo resgate se o regresso aos mercados falhar

Presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem avisa em entrevista ao Expresso que o facto de Portugal dispensar o programa cautelar coloca o país por sua conta e risco. Caso falhe o financiamento nos mercados, resta um “um novo programa”. No entanto, Dijsselbloem entende que a situação de Portugal é melhor do que a da Irlanda.

Jeroen Dijsselbloem concedeu uma entrevista ao Expresso onde abordou a decisão do Governo português em dispensar um programa cautelar, no pós-troika, e regressar aos mercados sem o conforto de uma linha de crédito.

Analisando os riscos de Portugal enfrentará, após a chamada “saída é limpa”, o presidente do Eurogrupo rejeita especular sobre um novo programa. Mas coloca em cima da mesa um cenário em que o país ficasse sem acesso aos mercados financeiros. Neste caso, revela Jeroen Dijsselbloem, não restaria alternativa: um novo programa.

“Estamos a falar, em teoria, de uma situação em que Portugal já não teria acesso aos mercados financeiros, o que levaria Portugal de novo para um programa, um programa normal, com empréstimos e condições”, explica, nesta entrevista, afastando a possibilidade de se recorrer ao programa cautelar agora dispensado.

“Se se pedir [um programa cautelar] quando as coisas correram mal, então já não é cautelar, é um programa. Não penso que isso vá acontecer”, refere ainda, manifestando a certeza de que o Governo está “muito consciente da sua responsabilidade”. E essa responsabilidade representa estar “nas suas próprias mãos”.

Portugal está perante diversos desafios, que passam por “reforçar a competitividade, para que a economia portuguesa fique mais forte”. Dijsselbloem entende que, desse modo, “os investidores continuarão interessados nos títulos portugueses” e Portugal conseguirá financiar-se, caminhando pelo seu pé.

O presidente do Eurogrupo refere ainda na mesma entrevista que Portugal está numa situação semelhante à da Irlanda quando saiu do programa: perante dúvidas e preocupações.

Mas Dijsselbloem considera que “a situação atual, para Portugal, é melhor do que a da Irlanda: “A situação nos mercados é mais forte, os números macroeconómicos são mais fortes, as estimativas de crescimento para Portugal são mais fortes do que eram há meio ano quando a Irlanda tomou a sua decisão. Se olharmos para o contexto da decisão irlandesa, o contexto presente é melhor para Portugal”.

Jeroen Dijsselbloem acredita que o Governo consultou os investidores, para perceber se “consideravam importante ter essa linha de crédito cautelar”. E crê que esses investidores “responderam que não, que estão preparados para investir em Portugal”.

Nesse sentido, questiona, “para quê então ter um instrumento cautelar?”. E conclui: “Se as coisas correrem mal, há sempre o programa normal. Mas as coisas não vão correr mal”.

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