RTP: Governo alega “reserva da vida privada” para não divulgar os salários

Os pedidos sobre os salários praticados na RTP vão ficar sem resposta. O Governo, através do gabinete de Poiares Maduro, alega que a divulgação desses dados iria pôr em causa os “direitos, liberdades e garantias pessoais dos trabalhadores”.

O futuro da RTP será diferente, com o fim do financiamento direto pelo Estado, e o Bloco de Esquerda quis saber qual é “a gestão salarial” praticada. Só que o requerimento, entregue no Parlamento, vai ficar sem resposta. O Governo, fez saber o gabinete do ministro Poiares Maduro, alega a “reserva da vida privada” para não apresentar os dados.

De acordo com o I, “o gabinete do ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Poiares Maduro, recusou entregar ao Parlamento o relatório de gestão salarial da Radio Televisão Portuguesa que tem informação personalizada sobre as remunerações pagas na estação pública”.

Na justificação, o Governo terá referido que a apresentação desse relatório “poderá ser susceptível de pôr em causa o respeito pela reserva da vida privada, bem como dos direitos, liberdades e garantias pessoais dos trabalhadores”, de acordo com o mesmo jornal.

A informação sobre os salários tinha sido requerida pelo Bloco de Esquerda através da deputada Cecília Honório, depois das recentes declarações do presidente da RTP, Alberto da Ponte, terem deixado “dúvidas concretas sobre o futuro dos trabalhadores da empresa, bem como da gestão salarial dos mesmos”.

No requerimento, o BE pediu “os dados nominativos que fossem relevantes para a fiscalização parlamentar da proibição legal de melhorias salariais dos trabalhadores da RTP, definidas nos Orçamentos do Estado de 2012 e 2013”, até porque “a administração da estação foi uma das que pediu excepções aos cortes salariais”, complementa o I.