Ria Formosa: Avançam as demolições na ilha do Farol

A Sociedade Polis Ria Formosa deu início, hoje, à demolição de 23 construções ilegais na ilha do Farol, na Ria Formosa, no Algarve. Responsáveis querem concluir intervenção antes do início do período balnear.

O novo capítulo da polémica das demolições na Ria Formosa compreende a demolição de 23 das 36 construções, dado que as restantes 13 são alvo de providências cautelares.

Para garantir a segurança da operação, depois dos incidentes com os ilhéus nos anteriores processos de demolições, a Polícia Marítima destacou uma força com 80 efetivos no terreno.

“Vamos ter um perímetro exterior, numa zona mais afastada das construções, com 40 polícias e perímetros interiores também com 40 [agentes], nos locais mais próximos das habitações”, acrescentou Nuno Cortes Lopes, comandante da Zona Marítima do Sul, em declarações à Lusa.

José Pacheco, presidente da Sociedade Polis Ria Formosa, explicou que hoje será feita “a montagem do estaleiro e vão ser salvaguardadas as questões ambientais, com a retirada das telhas de amianto”.

O responsável acredita que os ilhéus “vão cumprir a lei” e respeitar a operação e os técnicos no local.

As obras deverão durar cerca de uma semana, restando depois promover a reposição das condições naturais.

 

Às demolições escapam as construções de primeira habitação (duas, nos núcleos do Farol e dos Hangares) e que pertençam a pessoas com atividade ligada à ria (como pescadores, mariscadores ou viveiristas), quer estejam no ativo ou já na reforma.

Ainda de acordo com José Pacheco, só existe uma construção de primeira habitação dentro da zona de risco, uma faixa de 40 metros a contar da linha de água.

 

Ao abrigo do programa Polis Litoral Ria Formosa, foram demolidas até agora 297 construções, das quais 108 na Península do Ancão, onde se insere a Praia de Faro, e 189 nos ilhotes.