Vitória de Guimarães ergue Taça de Portugal, Jesus chora e Cardozo perde a cabeça

O Vitória de Guimarães conquistou a Taça de Portugal, derrotando o Benfica por 2-1, depois de estar a perder por 1-0. Jorge Jesus chorou e foi alvo da ira de Cardozo, avançado que não gostou de ser substituído e descarregou a fúria no treinador. O Benfica vê transformada uma época de sonho num pesadelo, o Vitória faz história.

Emoções ao rubro no Estádio do Jamor, depois de uma final que eleva o sentimento de orgulho do Vitória – palavra aos vencedores, em primeiro lugar – e a desilusão dos vencidos, que voltam a ‘morrer na praia’.

O Benfica adiantou-se no marcador ainda na primeira parte, aos 30 minutos, com um golo fortuito de Gaitán, que deu expressão ao domínio encarnado.

A segunda parte trouxe um Vitória de Guimarães retraído e um Benfica em gestão de vantagem. Jesus sentiu que tinha o jogo controlado e retirou um ponta-de-lança, lançando Urreta e colocando Gaitán no centro do terreno: a substituição habitual do técnico, quando se vê em vantagem.

Artur Moraes, guarda-redes encarnado, foi quase sempre um espectador, mas quando teve de ser chamado a intervir fê-lo de forma infeliz. O guarda-redes do Benfica tem culpa no golo da igualdade, ao oferecer a bola a Crivellaro, num pontapé mal medido, sendo certo, porém, que Soudani parte em posição irregular. Corria o minuto 79.

O Benfica tremeu e não teve tempo para reagir, já que sofreu o segundo golo logo a seguir, com um remate de Ricardo desviado, a trair Artur – desta vez, a infelicidade do desvio disfarça o modo displicente como o guarda-redes aborda o lance, lento a reagir, numa bola que parecia, apesar de tudo, ao seu alcance.

O guarda-redes não foi feliz, mas a reviravolta do Vitória de Guimarães não se conta com a infelicidade do adversário. Os minhotos souberam resistir, anularam o Benfica, que fez uma segunda parte muito aquém do esperado.

A equipa de Rui Vitória soube crescer com o jogo e conquista um triunfo com muito mérito. O Benfica pode queixar-se de um erro de arbitragem, mas deve, acima de tudo, queixar-se de si próprio, já que não aprendeu com os erros que lhe custaram o título.

O último apito trouxe um grito de vitória, da turma de Guimarães, que faz história no Jamor. E trouxe um grito de revolta de Cardozo, que confrontou Jorge Jesus com a substituição. O treinador perdeu a mão no pupilo.

Antes, Jesus chorara, naquela que é a mais dolorosa época da sua carreira. Tão perto do céu, Jesus e o Benfica descem ao fogo do Inferno.