A reunião de revisão salarial dos trabalhadores da área marítima da Soflusa para 2020, que decorreu hoje no Ministério do Ambiente, com a administração e o secretário de Estado Adjunto e da Mobilidade, terminou sem acordo, segundo fonte sindical.
Após cerca de uma hora e meia de reunião, Alexandre Delgado, do Sindicato da Marinha Mercante, Indústrias e Energia (Sitemaq), considerou o início da negociação “frustrante”, culpabilizando a tutela e o conselho de administração da Soflusa, transportadora responsável pelas ligações fluviais entre o Barreiro (distrito de Setúbal) e Lisboa.
“Foi um tanto ou quanto frustrante, porque, de facto, o Ministério [do Ambiente] e o conselho de administração, refugiando-se de que tinham de fazer o que fizeram para parar uma greve, esqueceram-se de que iam criar muitas mais no setor”, realçou.
Em causa estão os salários de marinheiros, chefes de máquina, oficiais de reparações e auxiliares de terra, que estão descontentes com a atribuição de um prémio aos mestres da empresa e a consequente “desarmonia salarial”, quando, segundo o sindicato, “havia um acordo com toda a gente de que este ano não havia propostas”.
Os mestres realizaram várias greves, em maio, pela contratação de novos profissionais e pela valorização dos salários.
De acordo com Alexandre Delgado, a administração conjunta das duas empresas que asseguram as ligações fluviais entre o distrito de Setúbal e Lisboa (Soflusa e Transtejo) vai agora agendar uma nova reunião.
“O conselho de administração ficou de agendar uma reunião ou para esta semana ou no início da outra, para iniciar as negociações”, disse o sindicalista, em declarações aos jornalistas, referindo que os administradores “estão irredutíveis, de acordo com as diretivas que recebem das tutelas”.
A reunião de abertura do processo negocial de revisão salarial dos trabalhadores ocorreu pelas 11:00, no Ministério do Ambiente, em Lisboa, com a presença do secretário de Estado Adjunto e da Mobilidade, José Mendes, e da presidente do conselho de administração da Transtejo e da Soflusa, Marina Ferreira, bem como de todos os sindicatos representados nas empresas.
No entanto, Alexandre Delgado voltou a referir que a partir de 18 de junho haverá uma nova greve parcial, de duas horas por turno.
“Não pode haver outra atitude, a não ser a que os trabalhadores vão tomar. E, por isso, vão retomar a greve a partir do dia 18”, afirmou.
O sindicalista informou ainda que há várias formas de luta a serem equacionadas, por forma a acelerar o processo, sem especificar se estão previstas novas paralisações.
“Ainda não há mais greves marcadas, mas os trabalhadores estão-nos a pedir novas formas de luta. Não querem uma grave longa, mas rápida. Que o Governo perceba e o conselho de administração que se portaram mal com cerca de 95 por cento dos trabalhadores”, concluiu.
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