O “não” à independência da Nova Caledónia está a ganhar no referendo hoje realizado, com 59,5 por cento, quando estão contabilizados 70 por cento dos boletins, indica a cadeia Nouvelle-Calédonie la 1ère.
Cerca de 175 mil eleitores do arquipélago francês situado no Pacífico, colonizado em 1853 e com importantes reservas de níquel, foram chamados a dizer se querem ou não que “a Nova Caledónia aceda à plena soberania e se torne independente”.
As assembleias de voto abriram às 08:00 locais de domingo (21:00 de sábado em Lisboa) e permaneceram abertas durante dez horas.
A vitória do “não” deixará o território como parte de França, embora esteja previsto que se aprofunde a sua já grande autonomia, com uma cidadania própria, independência legislativa e, inclusive, a possibilidade de estar em instituições internacionais.
Os partidários da independência, que têm o seu principal apoio entre a população autóctone, os kanaks, que são os setores mais pobres da sociedade, podem exigir mais dois referendos nos próximos quatro anos, ao mesmo tempo que, na sua condição de ex-colónia, mantêm o direito de autodeterminação reconhecido pela ONU.
Os unionistas, maioritários entre os colonos, consideram que a independência levaria a Nova Caledónia a cair sob a influência da China.
Uma dezena de observadores das Nações Unidas vigia o escrutínio, bem como duas centenas de agentes enviados pela França.
Para impedir incidentes, após o apelo para o boicote feito pelos grupos independentistas mais radicais, as autoridades francesas enviaram da metrópole reforços policiais, destacados para a ilha principal, onde se situa a capital do arquipélago, Noumea, e também para as outras ilhas de menor tamanho.
O primeiro-ministro, Edouard Philippe, vai reunir-se na segunda-feira com as principais forças políticas da Nova Caledónia para analisar os resultados.
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