A Michelin desvenda hoje à noite, numa cerimónia em Sevilha, quais os restaurantes de Portugal e Espanha que distinguirá no guia de 2020, que já garantiu que será “um ano excecional” para a gastronomia ibérica.
Os históricos edifícios do Teatro Lope de Vega e do Casino da Exposição – ambos construídos para a Exposição Ibero-Americana de 1929 – acolhem a gala da apresentação do Guia Michelin Espanha e Portugal 2020, uma cerimónia com cerca de 500 participantes, entre representantes do Governo espanhol e das autoridades locais, empresários, chefes de cozinha.
Até ao momento, nenhum representante de Portugal confirmou à Lusa a sua presença na gala.
No jantar que será servido na cerimónia, oito ‘chefs’ andaluzes apresentarão, cada um, quatro pratos, sob o comando de Ángel León, o chefe executivo do “Aponiente”, restaurante com três estrelas em Cádiz, Sul de Espanha.
A gala de hoje celebra também os 110 anos do lançamento do Guia Michelin ibérico, em 1910, uma década depois de ter surgido o primeiro Guia Michelin, em França.
A Michelin anunciou recentemente que 2020 será “um ano excecional” para a gastronomia de Portugal e Espanha, “com um crescimento em todas as categorias”, em particular na atribuição de uma estrela.
Portugal detém atualmente seis restaurantes com duas estrelas (‘uma cozinha excecional, vale a pena o desvio’) e 20 com uma estrela (‘uma cozinha de grande fineza, compensa parar’).
Uma das incógnitas do guia do próximo ano é se manterá o restaurante “Henrique Leis” (Almancil), depois de, no verão passado, o ‘chef’ com o mesmo nome ter comunicado a intenção de abdicar da estrela que detinha há 19 anos, alegando cansaço e vontade de fazer outras coisas.
A posição oficial da empresa em situações como esta tem sido a de que a decisão de atribuir ou retirar estrelas é dos inspetores e não depende da vontade dos cozinheiros.
Também se ficará a saber se Portugal conquista, pela primeira vez na história do guia ibérico, três estrelas Michelin (‘uma cozinha única, justifica a viagem’).
Espanha tem, na edição atual, 11 restaurantes com a distinção máxima, 25 com duas e 170 com uma.
Certa é a perda, por fecho, das três estrelas do restaurante homónimo de Dani García (Marbella, Sul de Espanha), onde o ‘chef’ andaluz serviu o último jantar no sábado passado, um ano depois de ter alcançado o galardão máximo, na gala que decorreu em Lisboa.
A equipa de inspetores da Michelin visita os restaurantes de forma anónima e paga as refeições.
Os critérios avaliados são: a qualidade dos produtos, a criatividade e apresentação, o domínio do ponto de cozedura e dos sabores, a relação qualidade/preço e a regularidade (consistência) da cozinha.
A apresentação das edições ibéricas numa gala teve início em 2009, em Madrid, quando foi anunciado o guia ibérico de 2010, para celebrar o centenário da primeira publicação em Espanha e Portugal. Desde então, já passou por cidades espanholas como Barcelona, Santiago de Compostela, Bilbao, Marbella, Girona ou Tenerife.
No ano passado, Portugal recebeu pela primeira vez o evento, que decorreu no Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa.
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