Para quem não tolera os refugiados, e há quem não compreenda a sua condição, o uso do smartphone é mais do que um detalhe. É um argumento para justificar essa intolerância.
Afinal, não têm casa, não têm nada, mas fazem-se acompanhar por aparelhos eventualmente caros. Luxos, dizens uns. Porém, para os refugiados, o telemóvel não serve para recorrer a redes sociais. É naquele dispositivo que guardam a sua vida.
“Sabe porque é que este telemóvel é tão importante?”, pergunta Hala, uma refugiada síria de Aleppo, numa reportagem feita pelo Channel 4.
A mulher dá a resposta: “Está aqui tudo o que tenho. A minha família, o meu mundo está aqui dentro. É por isso que não o largo. Este pedaço de metal transformou-se na minha vida”, conta.
E no aparelho guarda uma foto do marido, que foi raptado pelo Daesh. Os terroristas do autoproclamado Estado Islâmico interromperam o casamento de Hala, que dura há 21 anos.
“Um dia, uma das minhas filhas pensou que o pai tinha regressado. Ouviu-me a falar com ele”, conta Hala, que falava para a fotografia do marido que, provavelmente, nunca mais verá.
Esta refugiada e os filhos estão na Alemanha, à procura de um novo futuro, a tentar curar as feridas do passado.
Veja o vídeo.
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