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Rato no Brasil comunica diretamente para o cérebro de outro rato nos Estados Unidos

Ambos os ratos receberam um treino básico, em que tinham de reconhecer luzes e operar uma alavanca para poderem beber água. O ‘brasileiro’ recebeu o treino primeiro, ‘codificando’ o ato necessário para ter a recompensa num fluxo de impulsos elétricos. Ao mesmo tempo, o ‘norte-americano’ recebia o sinal e ‘descodificava-o’, descobrindo como aceder à água.

“Máquina não-Turing”

“Os dois animais colaboraram para resolver uma tarefa juntos”, explica Nicolelis, salientando que o rato ‘codificador’ enviou “um padrão intrigante de sinais eletrônicos” que foi corretamente interpretado pelo ‘descodificador’, que processou os padrões para os aplicar de modo visual e tátil.

“O segundo rato aprende a reconhecer um padrão, um padrão estatístico, que descreve uma decisão tomada pelo primeiro rato. Ele cria uma associação daquele padrão com uma decisão. Pode estar a sentir um pequeno estímulo tátil, mas é algo que não sabemos como descrever, porque não podemos questionar a cobaia”, complementa o investigador.

Depois o sucesso desta experiência, Nicolelis antecipa o futuro: “a ligação sugere que podemos vir a criar uma rede cerebral, formada de cérebros juntos, todos interagindo. Se conectarmos os cérebros de vários animais (de ratos ou de primatas), provavelmente poderemos criar um computador biológico que é uma máquina não-Turing, uma máquina que não trabalhe de acordo com o projeto de Turing como todos os computadores digitais que conhecemos. Seria heurístico, não usaria um algoritmo e utilizaria um processo decisório probabilístico baseado num hardware biológico”.

Primeiro, importa compreender todo o processo da comunicação cerebral entre continentes. “Nós, basicamente, mostrámos que o animal descodificador pode incorporar outro corpo como extensão do mapa que o animal tem em sua próprio cérebro. Mas não sabemos como isso é feito”, admite Nicolelis.

Este investigador da Universidade de Duke (Durham, EUA) e no Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lily Safra (Natal, Brasil) aproveitou, para este estudo, as conclusões de uma investigação que realizara há uma década, na qual conseguiu que macacos de laboratório movimentassem um braço robótico através de impulsos cerebrais.

“Estamos a aprender maneiras de interagir e enviar mensagens para o cérebro dos mamíferos que serão fundamentais para os nossos objetivos de reabilitação médica”, sublinha.

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