Queijo é fabricado há pelo menos 7500 anos, descobrem investigadores

Coadores, objetos de cerâmica e outros instrumentos para fabrico de queijo, com mais de 7500 anos, foram encontrados por uma equipa de investigadores polaca, da Universidade de Bristol e da Universidade de Princeton. O queijo foi um dos primeiros alimentos que o Homem processou, de acordo com esta pesquisa.

Os investigadores da Universidade de Bristol (unidade de Geoquímica) e da Universidade de Princeton (EUA) encontraram, na Polónia, diversas provas de fabrico de queijo, com mais de 7500 anos. Coadores com resíduos de produtos lácteos, objetos de cerâmica semelhantes aos que são usados na produção do queijo, atualmente, e filtros que continham também resquícios de leite forneceram provas de produção de queijo, naquele país.

Outros trabalhos de pesquisa tinham permitido encontrar sinais de que o queijo era produzido há milénios. Descoberta de murais com imagens de processamento do leite, bem como outros objetos que indiciavam essa produção já tinha deixado indicações nesse sentido. Mas até agora nunca tinham sido detetadas quaisquer provas de processamento de leite, para o fabrico de queijo.

Esta descoberta, que foi publicada na revista de ciência Nature, reúne todos os indicadores que permitem concluir que o Homem produziu queijo desde a criação de processos de transformação de alimentos (do leite para o queijo, neste caso).

O trabalho de investigação realizado na Polónia junta-se a outras pesquisas e conclusões. Há 7000 anos, na Líbia, por exemplo, foram encontrados restos de leite em recipientes, sem que se saiba com que objetivo ali se encontravam. Na Anatólia, investigadores encontraram provas idênticas com 8000 anos. Mas em nenhum dos casos foi possível fazer prova de que se tratavam de processos de fabrico de queijo.

Com este avanço feito na Polónia, aprofunda-se o conhecimento sobre as capacidades do Homem em aprofundar os seus conhecimentos na área alimentar: transformando o leite em queijo, o que enriquece uma dieta que se julgava muito simplista.

“É notável a profundidade de conhecimentos aplicados à dieta humana antiga e as tecnologias de processamento de alimentos que estas cerâmicas mostram”, sustenta Richard Evershed, investigador, em declarações citadas pelo jornal Ciência Viva.

Além dos objetos foram encontrados sinais que deixam pouca margem para dúvida sobre o processamento do queijo há 7500 anos.