Espanha assinalou uma nova quebra no número de desempregados – a terceira consecutiva –, sendo que em junho foram retiradas 98,85 mil pessoas dos centros de emprego. Estas sucessivas quebras justificam-se com o verão, que gera emprego sazonal.
Mas esta descida do número de desempregados assume um caráter histórico, já que é a mais alta descida assinalada em junho, desde que existem registos sobre o emprego (nos últimos 16 anos). O periódico espanhol El Economista salienta ainda que a descida supera as previsões mais otimistas de todos os analistas da agência Bloomberg, que anteciparam o cenário em Espanha.
Numa comparação com o mês de maio, a quebra do número de desempregados foi muito significativa: 2,1 pontos percentuais. Realce-se que números do Eurostat relativos a Portugal revelam que a taxa de desemprego se manteve estável, sendo que a economia não gerou postos de trabalho, mesmo sazonal.
Por regra, junho é um mês tradicionalmente positivo para a criação de emprego e Espanha também regista esse fenómeno, em virtude das férias e do início do verão – e nem a mudança dos procedimentos de registos na Segurança Social espanhola relativamente às empregadas domésticas altera esta realidade.
Nos países com forte oferta turística essa realidade repete-se, todos os anos. Mas 2012 foi mais positivo do que nunca, em solo espanhol. O setor que mais contribuiu para a descida do desemprego foi precisamente o dos serviços.
Apesar da descida do número de desempregados em Espanha, assinala-se que há mais de 4,6 milhões de espanhóis sem posto de trabalho, de acordo com números do Ministério do Emprego e Segurança Social espanhol.
E numa comparação homóloga, que estabelece um paralelo entre junho de 2012 e o mesmo mês de 2011, assinala-se um aumento de 12 por cento, o que representa cerca de 500 mil novos desempregados.
Esta variação também se compreende, já que, antes desta evolução positiva dos últimos meses, Espanha viveu um período de aumento reiterado da taxa de desemprego.
E numa análise que se restringe ao desemprego jovem, tal como Portugal, Espanha também apresenta uma quebra, de maio para junho de 2012. A descida lusa é de apenas 0,2 pontos percentuais, mas em Espanha atinge os sete por cento.
Neste momento, a taxa de desemprego espanhola situa-se nos 24,6 por cento, de acordo com números do Eurostat. É a taxa mais alta da União Europeia.
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