Fernando Alexandre, professor catedrático que leciona na Universidade do Minho, chama a atenção para os “futuros reformados” – atuais trabalhadores com idades compreendidas entre os 30 e os 40 anos – para uma realidade que os espera e de que estes ainda não se aperceberam.
Um estudo indica que portugueses vão ganhar pouco mais de metade do seu salário quando se reformarem. Dentro de três décadas, as reformas deverão corresponder a cerca de 60 por cento do salário que auferem, o que coloca os trabalhadores perante a inevitabilidade de recorrerem à poupança.
Esse estudo, da APS, deve servir de base para uma mudança de hábitos e para a adoção de uma cultura de poupança. Até porque, segundo sustenta Fernando Alexandre, a reforma da Segurança Social, levada a cabo pelo ministro Vieira da Silva, em 2007, vai provocar uma perda de rendimentos para os futuros reformados.
“O fim o Estado social é uma inevitabilidade e, provavelmente, os portugueses só vão percebê-lo dentro de dois ou três anos”, refere Fernando Alexandre, alertando para a existência de “um grupo enorme de famílias portuguesas que não poupam”.
Esta “inevitabilidade” poderá provocar um problema social grave, no futuro, para pessoas que gerem expectativas irreais.
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