Quase metade dos administradores portugueses admitem que as práticas de suborno e corrupção acontecem de forma abrangente em Portugal, segundo um relatório da consultora EY divulgado hoje.
De acordo com o relatório ‘EY Global Fraud Survey 2018’ divulgado hoje, 46 por cento dos inquiridos em Portugal afirmam que as práticas de suborno e de corrupção nos negócios acontecem de forma abrangente.
Esta perceção é superior em Portugal do que na média dos 55 países que fazem parte do relatório da EY, onde 38 por cento dos inquiridos responderam da mesma forma.
Portugal fica, assim, na posição 19.º entre os países inquiridos.
Entre os entrevistados a nível global, 78 por cento acreditam que as suas empresas têm a intenção clara de penalizar a má conduta, mas apenas 57 por cento consideram que houve algum tipo de penalização individual.
“Em Portugal, essa convicção é ainda mais baixa, situando-se apenas nos 40 por cento”, afirma a EY, em comunicado.
Pedro Subtil, responsável da EY pela investigação na área da fraude para Portugal e Angola, refere que, em Portugal, ao contrário de outros países, “não existe ainda uma entidade com poderes sancionatórios no combate à corrupção”, um poder que diz ser “crucial” para dar eficácia às recomendações, como as do Conselho de Prevenção da Corrupção (CPC), ou para “transpor boas práticas”.
Os investigadores da EY conduziram um total de 2.550 entrevistas a administradores e líderes de empresas entre outubro e fevereiro em 55 países (em Portugal foram feitas 50 entrevistas).
O objetivo era obter a opinião dos administradores (sobretudo executivos) com responsabilidade para combater a fraude, corrupção e suborno.
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