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Quase dois terços das cirurgias realizadas em Portugal são feitas em ambulatório

Quase dois terços das cirurgias realizadas em Portugal já são feitas em ambulatório, um procedimento que quase triplicou nos últimos 15 anos, segundo o secretário de Estado da Saúde, que considerou este crescimento uma “pequena revolução”.

“Portugal conseguiu uma pequena revolução na cirurgia ambulatória. Nós tínhamos os números mais baixos do ponto de vista europeu e num curto espaço de tempo conseguimos dar um enorme salto e o relatório da OCDE ‘Health at a Glance’, que vai sair dentro de pouco tempo, vai demonstrar isso”, disse à agência Lusa o secretário de Estado e da Saúde, Fernando Araújo.

Dados do último Relatório de Acesso a Cuidados de Saúde referem que em 2010 a cirurgia ambulatória representava 49,4 por cento do total das cirurgias programadas, número que subiu para 63,2 por cento no final de 2017.

“A tendência de crescimento da atividade programada que se registou em 2017 (587.283 cirurgias) foi acompanhada por um movimento de transferência de cirurgias convencionais para cirurgias de ambulatório (mais 6 por cento, o correspondente a mais de 370 mil intervenções cirúrgicas em ambulatório)”, sublinha o documento.

Há dez anos, apenas um em cada quatro doentes era operado em regime de ambulatório, números muito inferiores já na altura ao resto da Europa, observou Fernando Araújo, que falava à Lusa a propósito dos 20 anos da Associação Portuguesa de Cirurgia Ambulatória (APCA), que organiza hoje, no Porto, uma sessão comemorativa de homenagem aos que mais se destacaram nesta área nas últimas duas décadas em Portugal.

Agora, depois de ter passado para o grupo intermédio de resposta, ao lado da França e da Bélgica e da Espanha, com os últimos dados de 2017, Portugal está “seguramente a caminhar para o grupo de elevada resposta”, adiantou, salientando que foi ainda dos países que mais cresceu, por ano, na última década na Europa.

Segundo dados avançados pelo governante, a taxa de cirurgia ambulatória programada às cataratas subiu de 59,04 por cento em 2005, para 99,05 por cento em 2018, a das varizes de 17,83 por cento para 88,97 por cento e a das hérnias de 21,74 por cento para 65,71 por cento.

Já a taxa de cirurgia ambulatória programada da amigdalectomia cresceu de 20,49 por cento em 2005 para 63,70 por cento em 2018, e a taxa de cirurgia ambulatória à vesícula passou de 2,51 por cento para 29,97 por cento.

“São números que nos podem orgulhar, mas são números que ainda podemos melhorar mais, por isso foi nomeada uma nova comissão para avaliar questões que ainda possam ser alteradas, porque apesar de termos números muito bons, ainda há uma percentagem que podemos subir”, frisou.

O objetivo é que Portugal evolua 10 pontos percentuais e se junte aos países que têm as “metas mais elevadas”, cerca de 75 por cento.

Para Fernando Araújo, esta “pequena revolução”, de quase triplicar o valor que existia há 15 anos, “foi fruto, seguramente, do grande envolvimento dos profissionais de saúde”.

A “grande vitória” é dos “médicos e enfermeiros” que, com o seu envolvimento e motivação, “conseguirem mostrar que era possível e conseguiram tranquilizar e trazer os doentes para o processo”.

Contactado pelo Lusa, o presidente da APCA, Carlos Magalhães, saudou os resultados alcançados por Portugal, salientando o facto de todos os hospitais fazerem cirurgia em ambulatório e de todas as especialidades cirúrgicas terem este procedimento.

Para Carlos Magalhães, este procedimento “traz vantagens para todos”, para os pacientes, para os cuidadores, para os médicos e para o SNS.

Entre as vantagens, apontou a recuperação das listas de espera para cirurgia, a libertação de camas para internamento de doentes mais complexos, a diminuição da taxa de infeção hospitalar, além de ser economicamente “mais rentável” para o SNS.

Lusa

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Lusa

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