PS pede eleições antecipadas para validar o “outro programa de Governo” de Passos Coelho

José Junqueiro dá a voz ao primeiro pedido do PS para que sejam antecipadas as eleições legislativas. Como Passos Coelho tem seguido um “outro programa de Governo” que não consta do memorando, deve “voluntariamente” submeter-se a sufrágio, defende o deputado.

José Junqueiro, vice-presidente da bancada parlamentar do PS, deu voz pela primeira vez ao anseio que corre nos socialistas desde que Passos Coelho se tornou primeiro-ministro: as eleições antecipadas. O argumento é o “outro programa de Governo” que não consta no memorando, defendeu o deputado ‘rosa’.

“Um primeiro-ministro que se honra, que tem um programa de Governo, deve executar esse programa de Governo”, disse Junqueiro, acrescentando: “mas não acha, senhora deputada, que o Governo, ao apresentar com este relatório um outro programa de Governo, ao apresentá-lo nas costas dos portugueses, não acha que este primeiro-ministro voluntariamente se deveria submeter ao sufrágio universal para ver se as pessoas queriam ou não aprovar estas medidas?”

A questão foi dirigida a Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda, depois da deputada ter criticado o relatório do FMI sobre os cortes nas funções do Estado. Só que José Junqueiro regressou de imediato ao ataque ao Governo, o qual “não tem nenhuma legitimidade política” para executar as sugestões do FMI “porque não submeteu a sufrágio nenhuma destas medidas”.

“Aquilo que está em causa é um outro programa de Governo”, insistiu o deputado socialista, considerando que as propostas do FMI apenas vieram “esconder os erros desta governação” e de uma política conduzida por um ministro das Finanças “incompetente” e um primeiro-ministro “inexistente”.

Nesse relatório, entre outras medidas, o FMI propõe varrer funcionários públicos, baixar salários, pensões e subsídios de desemprego