Não é a marcha dos desalinhados, mas não fica longe. As afirmações de Passos Coelho, salientando que o PS se tem comportado “de forma alinhada” e revelando “sentido de responsabilidade” foram desembrulhadas pelo partido de António José Seguro como um presente envenenado. Após a reunião da Comissão Nacional, ontem à noite, o PS respondeu ao primeiro-ministro para dizer que viabilizar uma política não significa concordar com a mesma.
“O PS reitera o seu compromisso com os objetivos do crescimento económico e emprego e respeitará o memorando da ‘troika’, recusando qualquer ‘alinhamento’ com a receita de austeridade do Governo”, explicaram os socialistas, numa nota de esclarecimento divulgada pelo Secretariado Nacional do partido.
Passos Coelho havia também dito que “a questão é saber se pomos em causa os objetivos que estão definidos” no memorando, isto para justificar não se sentir preocupado com “pontos de divergência” entre os dois maiores partidos que assinaram o documento de entendimento com a ‘troika’.
Ontem à noite, António José Seguro fez questão de enviar um forte recado para o interior do PS. Na reunião da Comissão Nacional, o líder socialista admitiu discordar “de alguns pontos do memorando”, mas lembrou à oposição interna que não foi ele a “negociar ou assinar” o documento. Descartando a ‘paternalidade’ da posição socialista, Seguro fez questão de tranquilizar a Comissão Nacional, reforçando que “vai honrar os compromissos” assinados pelo PS.
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