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Projeto ibérico quer pôr biomassa da poda a aquecer casas

O Norte de Portugal tem um “elevado” potencial de biomassa resultante da poda que deve ser valorizado energeticamente, com benefícios para o ambiente e para a carteira dos consumidores, conclui um projeto ibérico cofinanciado pela União Europeia.

O coordenador do projeto no lado português, André Mota, disse hoje à Lusa que atualmente esta biomassa é, por norma, queimada a céu aberto, “com consequências para o ambiente” e “sem qualquer rentabilização”.

“Há um elevado potencial de biomassa que não está a ser aproveitado, é queimado ao ar livre, com consequências para o ambiente, quando pode muito bem ser usado em detrimento de combustíveis fósseis, como o gás natural, tão utilizado no aquecimento das casas”, referiu.

A valorização energética da biomassa resultante das podas é o grande objetivo do projeto Movbio, que junta o Centro para a Valorização de Resíduos e a Agência de Energia do Ave, do lado português, e a Fundación para la Investigación y Desarrollo en Transporte y Energía, o Ayuntamiento de Valladolid e o Instituto Tecnologico Agrario de Castilla y León, do lado espanhol.

Com um custo total elegível de quase 874 mil euros, o projeto tem um apoio de 655 mil euros da União Europeia, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), enquadrado no Programa INTERREG V-A Espanha-Portugal (POCTEP) 2014-2020.

A iniciativa começou em Junho de 2017 e termina no final deste ano.

Em Portugal, o projeto incidiu sobre a região do Ave, em particular, mas estendeu-se a toda a região Norte.

André Mota explicou que em causa está a biomassa resultante das podas tanto de origem urbana, como parques e jardins, como de origem agrícola, entre vinhas, olival e pomares. O coordenador destacou a poda do kiwi, uma cultura “emergente” no norte do país.

A biomassa recolhida foi triturada, transformada em briquetes e testada em combustão, especialmente para aquecimento doméstico.

Segundo André Mota, a questão das emissões gasosas “carece de uma avaliação mais aprofundada”, nomeadamente no que diz respeito a óxidos de azoto (NOx).

“Em termos de emissão de dióxido de carbono, as emissões das briquetes são muito semelhantes às do pinho, mas quanto ao NOx há uma subida considerável, devido aos fertilizantes utilizados nas culturas”, referiu.

A solução, indicou, poderá passar pela utilização das briquetes misturadas com outra lenha, como o pinho, ou pelo uso de caldeiras “mais adaptadas”.

“Mas o problema é solucionável, disso não temos dúvidas”, referiu ainda André Mota, admitindo que o Movbio pode ter continuidade precisamente para se proceder a “um estudo mais aprofundado” das emissões.

No lado espanhol, o estudo contemplou um ensaio industrial com biomassa de podas numa empresa produtora de eletricidade.

“Vão colocar essa eletricidade no sistema, para ver como resulta, porque às vezes corre tudo muito bem no laboratório, mas depois na prática não funciona”, contou o coordenador português.

Lusa

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Lusa

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