O músico José Cid disse hoje à Lusa que o prémio que hoje recebeu “é o corolário de muitos anos de trabalho, teimosia e persistência”, e lamentou que as grandes editoras não apostem mais em Portugal.
“Foi uma grande alegria”, afirmou José Cid, reagindo à atribuição do Grammy de “Excelência Musical” pela Academia Latina de Gravação, hoje anunciada, apesar de o cantor já saber do prémio há três meses.
“Fiquei muito contente, percebi rapidamente que é o corolário de muitos anos de trabalho, teimosia, persistência, teimosia outra vez e, paralelamente, há 15 nomes da minha geração que também mereciam este prémio e mais 15 nomes da nova geração [que também podia ter recebido], porque o pop português é extraordinariamente rico”, considerou o cantor.
Para José Cid, o problema é a dimensão do país: “Estamos completamente bloqueados pelas fronteiras de Espanha e Brasil, e nunca ninguém no Brasil ou em Espanha abriu os braços ao rock e ao pop português, quase nem em versões. Nós somos muito pequeninos e não temos mercado a nível mundial, ao contrário de Espanha e Brasil, que têm centenas de milhões de pessoas”.
Isso não quer dizer, ressalvou, que não haja talento suficiente: “A nossa música não consegue, por melhor que seja, e é”.
“Temos grandes vozes, grandes poetas, grandes canções, grandes melodias, mas há décadas a esta parte que não conseguimos passar lá para fora a não ser na OTI [festival da Organização de Televisão Iberoamericana] ou na Eurovisão, com o Salvador Sobral. Não temos hipóteses de nada, as multinacionais não apostam em mercados pequenos e como não somos futebolistas, somos poetas, não podemos sair e tentar emigrar”, acrescentou.
Segundo José Cid, o reconhecimento internacional surge a par do reconhecimento nacional, que é “tão bom ou melhor” que os galardões além-fronteiras.
“Tenho uma homenagem pública nacional do país inteiro, de norte a sul, há décadas sobre décadas, há cidades em que já fui duas e três vezes e não se cansam, e as pessoas continuam, ao fim de duas horas e meia, a pedir mais e mais, ninguém se quer ir embora. E essa é a maior homenagem que posso ter, é o meu próprio país que ma dá, já com a minha idade, aos 77, porque tenho mantido a voz, a voz está cá toda”, disse.
“O Prémio à Excelência Musical é concedido a artistas que fizeram contribuições de significado artístico excecional para a música latina”, refere a página oficial da Academia.
José Cid vai receber o Grammy Latino numa cerimónia em Las Vegas, nos Estados Unidos da América, em 13 de novembro.
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