Ciência

Portugueses consomem quatro vezes mais carne, ovos e peixe do que precisam

Os ambientalistas da Zero alertaram hoje que os portugueses consomem 4,4 vezes mais carne, ovos e pescado do que o necessário. Isto prejudica a saúde, o ambiente e orçamento familiar, pelo que defendem a opção por leguminosas.

“Verificamos que os portugueses consomem 4,4 vezes acima daquilo que seria necessário deste componente”, disse Susana Fonseca, da Associação Sistema Terrestre Sustentável, à agência Lusa.

A especialista defende que num ano “devíamos consumir à volta de 33 quilogramas do conjunto de carne, ovos e pescado e estamos a consumir muito acima disso, cerca de 178 quilogramas, portanto 145 quilogramas a mais”, realçando que na saúde “o excesso de proteína causa vários problemas, e não é de todo benéfico em termos ambientais”.

Esta época festiva “tende a propiciar exageros de alimentação”, pelo que a Zero analisou as recomendações da Direção Geral de Saúde para o consumo de carne, ovos e pescado, comparando com os dados do Instituto Nacional de Estatística sobre as quantidades destes produtos na alimentação dos portugueses.

No consumo de carne, o impacto em termos de consumo de água é cem vezes superior àquele que é necessário para produzir leguminosas, o que implica mais emissões de metano, um gás com efeito de estufa que agrava as alterações climáticas.

Segundo a Zero, as leguminosas como o feijão, grão, lentilhas, favas ou ervilhas fazem parte da dieta mediterrânica e estão enraizadas na cultura gastronómica portuguesa, pelo que são “uma excelente fonte de proteína e podem ser usadas como alternativa a este consumo de proteína animal”.

O uso da proteína animal fica mais caro para o orçamento familiar, uma vez que “a componente de proteína é das que acaba por ter mais peso” na despesa com a alimentação. Deste modo, “estamos a desperdiçar dinheiro, estamos a consumir proteína que nos está a fazer mal, está a fazer mal ao ambiente e está a retirar-nos recursos financeiros”, explicou a especialista da Zero.

Esta associação criou uma lista em que constam algumas mudanças que podem fazer a diferença e facilitar a mudança do consumo de leguminosas: a alteração das políticas públicas, apesar de existir um plano para uma alimentação saudável, e o trabalho com as escolas, mais precisamente nas cantinas das mesmas, para que as porções servidas respeitem o princípio das leguminosas e uma maior disponibilidade de refeições de base vegetariana.

A sensibilização e informação aos consumidores, a criação de incentivos para o cultivo de leguminosas a par com a redução dos apoios à produção intensiva de carne, canalizando estes recursos para formas de agricultura mais amigas do ambiente, são outras mudanças que constam na lista.

“Se consumirmos só a proteína animal de que precisamos, gastamos menos dinheiro e vamos ter uma parte do rendimento disponível para comprar com maior qualidade”, salientou Susana Fonseca.

Redação

Partilhar
Publicado por
Redação
Etiquetas: homeSaúde

Artigos relacionados

Números do Euromilhões de hoje: Chave de sexta-feira, 24 de maio de 2024

Conheça os resultados do sorteio do Euromilhões. Veja os números do Euromilhões de 24 de…

há % dias

Euro Dreams resultados: Chave do EuroDreams de quinta-feira

Euro Dreams Resultados Portugal: A mais recente chave do EuroDreams é revelada hoje. Conheça os…

há % dias

24 de maio, tem início a Guerra dos Cem Anos

É um dos maiores conflitos militares da Europa e começou a 24 de maio de…

há % dias

22 de maio, nasce Hergé, o ‘pai’ de Tintin, nazi e defensor de ideais racistas

Escritor, artista, e desenhador de banda desenhada, Hergé ficou célebre pela personagem que criou, mas…

há % dias

Milhão: Onde saiu? Veja onde saiu o Milhão esta sexta-feira

Milhão: onde saiu hoje? Saiba tudo sobre o último código do Milhão de sexta-feira e…

há % dias

20 de maio, Timor-Leste liberta-se da ocupação indonésia

Hoje é dia de homenagear as vítimas timorenses, não apenas as vítimas do massacre no…

há % dias