Português cria plataforma que deteta Parkinson através da voz

Diogo Braga, recém-licenciado em Engenharia Informática, no ISEP, no Porto, desenvolveu um “website” que é capaz de determinar indícios da doença de Parkinson ao analisar ficheiros de voz do utilizador, permitindo, assim, uma deteção e tratamento precoce da doença. O projeto demorou cerca de quatro meses a ser desenvolvido.

Além de permitir a deteção precoce da doença de Parkinson em diferentes idades, esta tecnologia tem também como objetivo diminuir os custos associados aos tratamentos e exames necessários, como explica Diogo Braga, o responsável pelo projeto.

“Existe um elevado custo associado às doenças neurodegenerativas, com tratamentos dispendiosos e que apenas servem para dar uma melhor qualidade de vida do que aquela que os doentes teriam sem os tratamentos, que têm que ser cumpridos escrupulosamente para terem efeito”, explica o engenheiro, citado pelo SAPO.

A doença obriga, contudo, a um tipo de custos paralelos ao tratamento da doença, que implica, na grande maioria dos casos, uma total inatividade no mercado de trabalho. Para Diogo Braga, esse somatório de custos é “bastante elevado”, sendo por isso importante uma deteção precoce da doença, que permita uma redução de gastos associados.

Para se ter acesso ao diagnóstico através desta tecnologia é apenas necessário carregar para o “website” um ficheiro de audio de apenas cinco segundos. O resultado é imediatamente divulgado e indica se tem indícios da doença, se deve consultar um médico ou repetir o teste noutro dia.

Diogo Braga explicou que é possível detetar a doença de Parkinson através da rigidez na voz e dos ciclos vogais que os humanos não conseguem perceber. “Quando expressamos uma vogal a nossa boca faz um ciclo, que é suposto ser fluído, sem nenhuma rigidez e sem travar”, indica, esclarecendo que esses fatores na voz são possíveis de detetar precocemente em doentes de Parkinson.

No seio desta plataforma está um sistema de aprendizagem automática baseado em dados de 24 pacientes com Parkinson, em diferentes estados de progressão da doença, e em dados de 30 pessoas saudáveis. A precisão de identificação de indícios ronda os 92,38 por cento.

O projeto foi desenvolvido no âmbito do estágio curricular que Diogo Braga realizou no Grupo de Investigação em Engenharia e Computação Inteligente para a Inovação e o Desenvolvimento (GECAD).

Os docentes do ISEP e orientadores do projeto, Ana Maria Madureira e Luís Filipe Coelho, explicam que o “website” ainda não está online porque tem sido dado prioridade à publicação de artigos científicos que permitam “validar e conferir um maior grau de credibilidade ao projeto”.

O objetivo é, agora, “refinar o protótipo, de modo a criar uma versão final que possa cumprir os exigentes e rigorosos padrões de qualidade e resposta necessários para ser reconhecida oficialmente como uma plataforma de apoio à medicina”.

 

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