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Populações guineenses ameaçam Governo com boicote às eleições de novembro

Populações de diversas localidades da Guiné-Bissau ameaçam boicotar as eleições legislativas de novembro caso o Governo não cumpra com uma série de reivindicações sociais, entre as quais, construir estradas ou parar com corte de árvores nas florestas.

Mobilizados pelos jovens, a população do bairro de Cuntum Madina, arredores de Bissau, organizaram-se na plataforma ‘Cuntum Madina Voto Zero’ para exigir que a estrada do bairro seja alcatroada antes das eleições, que seja construído um mercado, campo de futebol e um centro de saúde.

Junísio Moreira, um morador do bairro, disse que “há muito tempo” que os habitantes de Cuntum Madina têm exigido melhorias na estrada que liga a zona ao resto de Bissau e agora cansados prometem não se recensear e nem votar para as legislativas de 18 de novembro.

Moreira afirmou que os ‘toca-tocas’ (transportes públicos interurbanos) deixaram de passar por Cuntum Madina “para evitar avarias constantes nos carros”.

A estrada daquele bairro está, neste período das chuvas, intransitável, havendo zonas com buracos de mais de cinco metros.

Em Bissorã, no norte da Guiné-Bissau, o movimento cívico, “Bissorã Rumo à Mudança” tem três exigências a fazer ao Governo, caso contrário não vai tomar parte nas eleições de 18 de novembro, disse à Lusa, Umaro Camará, porta-voz do grupo que quer mobilizar “toda população” daquela localidade.

O movimento quer que o Governo obrigue as empresas madeireiras, constituídas por cidadãos estrangeiros, a pararem com o abate de árvores nas florestas de Bissorã e que seja inaugurada uma central fotovoltaica construída na localidade, há nove meses, mas que motivos burocráticos atrasam o seu funcionamento.

Como ocorre em quase todas as cidades e vilas do interior da Guiné-Bissau, Bissorã não tem energia elétrica da rede pública há vários anos.

Umaro Camará adiantou ainda à Lusa que o movimento não quer que o Governo transfira o tribunal regional instalado em Bissorã para Mansoa, como sugere o ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, Iaia Djaló, que já produziu um despacho naquele sentido.

Camará disse que o despacho “se calhar, ainda não foi cumprido devido à forte pressão do movimento”.

A transferência do tribunal de Bissorã para Mansoa poderia levar a que “toda população da região de Cacheu fique sem onde pedir justiça”, observou o porta-voz do movimento cívico Bissorã rumo à mudança, lembrando que o tribunal cobre as regiões de Oio e Cacheu.

“Mansoa não tem nenhuma ligação direta com a região de Cacheu e Bissorã tem a partir de Bula”, observou o responsável pelo movimento que vai pedir um encontro com os cinco deputados eleitos pelo círculo de Bissorã, nas eleições de 2014, para lhes comunicar que caso as reivindicações não forem atendidas antes das eleições, toda população não irá votar.

Lusa

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Lusa

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