As políticas de austeridade impostas a vários países, como é o caso de Portugal, têm por base um estudo de 2010, de Kenneth Rogoff e Carmen Reinhart. Os dois professores na Universidade de Harvard concluíram, na investigação intitulada “Crescimento em tempo de dívida”, que o crescimento económico dos países diminui drasticamente quando o nível da dívida pública ultrapassa os 90 por cento do PIB.
Com base nessas conclusões, uma autêntica ‘legião’ de economistas, como Olli Rehn (comissário europeu para os Assuntos Económicos) e Timothy Geithner (secretário do Tesouro dos EUA), têm defendido que, quanto maior é a dívida soberana, mais contundentes devem ser as políticas de austeridade, sobretudo através da redução da despesa do Estado e do aumento da carga fiscal.
Só que a conclusão desse estudo está errada, concluiram Thomas Herndon, Michael Ash e Pobert Pollin. Estes três académicos da Universidade de Massachusetts (EUA) descobriram que o Excel onde foram formulados os cálculos de suporte ao artigo têm três componentes erradas, com destaque para a exclusão de países como Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá e Dinamarca.
“Os erros de codificação, a exclusão selectiva de dados disponíveis e a ponderação não convencional de estatísticas sumárias que imprecisamente representam a relação entre a dívida pública e o crescimento do PIB” são as três componentes referenciadas pelos académicos, citados pelo Financial Times.
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