Ciência

Pode começar a despedir-se dos insetos da sua infância

Lembra-se de ver um gafanhoto ou um grilo, num passeio pelo campo? E uma abelha ou uma borboleta? Recorda-se de ouvir grilos da sua varanda? Os insetos da sua infância estão ameaçados. “A redução é alarmante e aumenta a cada ano”, alerta o investigador Constantin Stefanescu, em declarações ao El País.

Mas há mais más notícias. É que, tal como essas espécies, também estão a desaparecer elementos básicos para o sustento de muitos ecossistemas, dos quais todos os seres vivos dependem.

“Não é apenas uma sensação popular, é algo que todos os entomologistas já confirmaram. Há um declínio no número de praticamente todos os insetos. E isso é brutal”, realça, em declarações ao El País, Juan José Presa, professor de zoologia da Universidade de Múrcia e coautor de um estudo sobre esta temática.

Este estudo, que resulta de uma cooperação entre a União Europeia e a União Internacional para a Conservação da Natureza no início do ano, destaca que quase um terço das espécies (gafanhotos, grilos, abelhas e borboletas, entre outros) está ameaçado, algumas em perigo de extinção.

A transformação e destruição do habitat são comprovados em todos os estudos realizados.

Wolfgang Wägele, diretor do Leibniz Institute for Animal Biodiversity (Alemanha), juntamente com outros investigadores, fala do “fenómeno do pára-brisa”, numa alusão ao facto de os condutores dedicarem cada vez menos tempo a eliminar dos automóveis os pequenos insetos que se acumulam em viagem.

Os investigadores e comunidade científica estão conscientes deste caminho para a extinção, apesar de reconhecerem, que é muito difícil fornecer dados concretos sobre o declínio das espécies, por variedade e quantidade.

No entanto, a Sociedade de Entomologia de Krefeld, situada na Alemanha, concluiu em visitas de campo que a quantidade de insetos presos em diferentes métodos de captura diminuiu 80 por cento, desde 1989.

“Antigamente, conseguíamos atrair inúmeras borboletas noturnas, com as armadilhas da luz. Agora, são muito poucas”, acrescenta Constantin Stefanescu, investigador na Catalunha, que dedicou mais de duas décadas a este estudo.

“A redução é alarmante e aumenta a cada ano”, salienta Constantin Stefanescu, ao El País.

O catálogo nacional de espécies ameaçadas inclui 90 invertebrados, dos quais 35 são insetos. Apenas 17 possuem uma categoria de ameaça que permite a ativação de planos de recuperação.

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Etiquetas: Estudo Ciênciahome

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