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Património de Portugal é desaproveitado pelo Estado, acusa membro de Comissão Episcopal

A Igreja Católica criou “uma riqueza única” para o turismo que o Estado, para além de não aproveitar, está a deixar degradar-se por não ter “meios” para o restauro. A acusação parte do secretário da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana.

A Igreja Católica pretender criar, durante este mês, a Obra Nacional da Pastoral do Turismo, um organismo previsto há 40 anos e que vai ter como prioridade a criação de roteiros religiosos. No lançamento da iniciativa, o secretário da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, frei Francisco Sales Diniz, apontou o dedo ao Estado por deixar o património degradar-se e por não apostar devidamente no turismo religioso.

“Temos uma riqueza única que infelizmente não tem sido aproveitada”, lamentou o clérico, denunciando a “degradação total” dos imóveis que, ao longo do tempo – com ênfase nos séculos XIX e XX – o Estado tomou à Igreja: “o Governo não tem meios para os restaurar nem é capaz de abdicar deles para que outras instituições e a própria Igreja os possa recuperar e pôr ao serviço da comunidade e do turismo o que era seu”.

É com o intuito de relançar o turismo religioso que a Igreja Católica Portuguesa vai nomear, durante este mês, a direção da Obra Nacional da Pastoral do Turismo, um organismo previsto desde 1970 e que só agora vai ser concretizado. A prioridade desta Obra será criar “itinerários turísticos religiosos” para mostrar um património que vai muito além do habitual, pois os turistas “vêm a Fátima, passam pela igreja de Santo António, a Sé e os Jerónimos, em Lisboa, e pouco mais”. Como exemplos, Francisco Sales Diniz lembrou os santuários de Sameiro, São Bento da Porta Aberta e Senhora do Almortão, raramente visitados fora das datas festivas dos locais onde se inserem.

O anúncio surgiu na sequência do 7.º Congresso Mundial da Pastoral do Turismo, que decorreu de 23 a 27 de abril em Cancun (México) e onde o frei integrou a delegação portuguesa. “É importante que a Igreja esteja por dentro do setor do turismo porque há muita exploração da mão de obra laboral, tráfico de pessoas e corrupção”, explicou o clérigo, lembrando que, “para muitos países e regiões, a atividade turística é a primeira fonte de riqueza e desenvolvimento”.

É preciso, acrescentou, “colocar o grande património da Igreja ao serviço de quem procura as obras de arte apenas do ponto de vista cultural, fazendo dessa curiosidade um meio de evangelização”, bem como “dizer o que está na origem e qual a sua espiritualidade”.

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