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Passageiros mandados para as cabines durante o naufrágio na Coreia

Os passageiros do “Sewol” testemunharam que houve uma ordem para recolherem às cabines após “uma manobra brusca”, cerca de duas horas antes do navio naufragar por completo, na Coreia do Sul. Os últimos balanços sobre o acidente não coincidem quanto ao número de mortos.

O naufrágio do “Sewol”, na Coreia do Sul, ainda está longe de ser explicado, mas os relatos dos passageiros apontam para uma maior responsabilidade da tripulação.

Segundo várias testemunhas, citadas pelas agências internacionais, terá sido dada uma ordem para os passageiros recolherem às cabines após o ‘ferry’ ter efetuado o que a maioria designou como “uma manobra brusca”.

Os investigadores acreditam que, na sequência dessa manobra, a carga terá deslizado para um dos lados, fazendo o navio perder o equilíbrio e começar a adornar.

Ainda segundo os testemunhos dos passageiros, passaram-se cerca de duas horas entre o momento em que foi dada a ordem para recolher e o naufrágio.

Durante esse período, apurou a guarda costeira, a tripulação terá questionado os controladores do tráfego marítimo sobre a existências de barcos para proceder à evacuação da tripulação.

A transcrição das últimas conversas foi revelada, no domingo, pelas autoridades sul-coreanas.

Lee Joon-seok, o comandante do navio, já justificou não ter dado uma ordem de retirada porque o “Sewol” não dispunha de botes salvavidas para todos os passageiros. O oficial, de 69 anos, argumentou que receeou que vários passageiros se lançassem à água e fossem arrastados pela “forte corrente”.

O problema de Lee Joon-seok é que várias testemunhas revelaram que o comandante saltou para um barco salvavidas, juntamente com alguns membros da tripulação, antes dos passageiros.

Os controladores asseguram que entregaram a Lee Joon-seok a decisão sobre “qual seria a melhor forma de retirar os passageiros”, assim como “a decisão final sobre se devia ou não deixar a embarcação”.

Vários membros da tripulação já confessaram que nunca receberam qualquer treino sobre segurança a bordo, revelou o promotor responsável pela investigação, Yang Joong-jin. “Estamos a tentar descobrir se houve negligência adicional”, acrescentou.

O comportamento do comandante do navio já foi equiparado “a um assassinato” pela Presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye.

Enquanto prosseguem as investigações, as equipas de busca continuam a procurar desaparecidos e os mergulhadores tentam entrar nos vários compartimentos do ‘ferry’ em busca de sobreviventes (no caso de ainda existirem bolsas de ar) e para retirar os cadáveres.

Os últimos balanços não coincidem nos números. As vítimas mortais podem ter subido das 64 confirmadas pelas autoridades para as 86 (segundo a AP) ou 87 (CNN). Quanto aos desaparecidos, continuam acima dos 200.

O comandante do navio e alguns membros da tripulação continuam detidos e a serem interrogados.

O “Sewol” naufragou quando rumava à ilha de Jeju, um popular destino turístico da Coreia do Sul.

A bordo seguiam 476 pessoas, incluindo 339 adolescentes e professores numa viagem escolar.

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