Pais trocam filha de 12 anos por uma vaca

Os pais de uma menina de 12 anos aceitaram entregar a filha a uma homem de 57 anos, em troca de uma vaca. Uma investigação do R7 encontrou outras histórias semelhantes, a partir de um dado assustador: no Brasil, há 90 mil crianças casadas.

O negócio ocorreu em Sergipe. Um homem com 57 anos conseguiu comprar uma menina a troco de uma vaca, conta a rubrica ‘Repórter Record Investigação’, emitida nesta quinta-feira, dando conta de outros casos semelhantes em que os pais aceitam trocar meninas, sabendo que estas serão maltratadas ou exploradas.

No total, o Brasil tem 90 mil crianças casadas, em casos semelhantes ao que ocorreu nesta história em Aracajú, Sergipe. “Eu gostava dele. Os meus pais até o deixaram construir uma casinha no nosso terreno”, conta a menor.

Mas se há casos em que os pais são os promotores destes casamentos, outras meninas assumem sentimento. É o caso de uma menina de 11 anos. “Eu estava perdidamente apaixonada por ele. Viajei clandestinamente para outro país, só para ficar com ele”, conta a criança.

Neste negócio que envolveu uma vaca, há uma tragédia associada. Depois da reportagem do Repórter Record Investigação, “o pai da menina foi misteriosamente assassinado”, escreve o R7.

De acordo com a polícia, “quatro homens apareceram, mandaram os filhos para dentro de casa e mataram o homem, com um tiro na cabeça”. Não houve qualquer roubo e não se sabe qual a razão da ocorrência.

Há cinco motivos associados a estes casamentos moralmente ilegítimos. Desde a imposição da família – quando, por exemplo, descobre que a filha engravidou ou namora com um adulto –, ou para assegurar uma vida financeiramente estável, já que há quase sempre pobreza associada.

O Brasil ocupa o quarto lugar no mundo em número de crianças casadas, de acordo com a organização Promundo, que fez uma investigação sobre o casamento na infância e adolescência no Brasil.

Há 66 mil meninas com idades entre 10 e 14 anos que vivem em uniões informais, 2600 crianças casadas em cerimónias religiosas ou cartórios e cerca de 500 mil que casaram aos 17 anos.