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Os olhos podem indiciar inúmeras doenças graves

Bastará um simples exame aos olhos, no âmbito de uma consulta oftalmológica de rotina, para diagnosticar algumas doenças graves, desde hipertensão a distúrbio da tiróide, passando por diabetes, problemas reumáticos, ou até tumores. O oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier, de São Paulo, avança com esta conclusão dias depois de se saber que os nossos olhos podem denunciar o prenúncio de Parkinson e Alzheimer.

Fazer uma consulta oftalmológica de rotina, de forma preventiva, é pouco comum, mas alterar este quadro pode ser uma boa decisão. Um oftalmologista brasileiro, Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier, realça que os nossos olhos podem mostrar-nos doenças que estão ocultas, que passam despercebidas, por ausência de sintomas – ainda em fases iniciais.

Essas doenças comprometem a qualidade de vida. Entre elas destacam-se a hipertensão, a diabetes, problemas do foro reumático e até tumores.

De acordo com aquele especialista, são problemas de saúde que provocam alterações nos vasos sanguíneos oculares. E um exame médico indolor, nada invasivo, pode contar-nos histórias que o nosso corpo oculta.

A análise ocular é feita com equipamentos que permitem observar a retina com extremo detalhe, a níveis microscópicos. Torna-se assim possível analisar as artérias oculares e encaminhar as pessoas, se necessário, para um especialista.

Por exemplo, o olho vermelho pode ser sinal de conjuntivite e ceratite, uma inflamação da córnea, ou glaucoma. Em casos extremos, o paciente enfrenta a cegueira.

Se a pupila estiver contraída, poderá estar relacionada com toxoplasmose, doenças reumáticas, herpes, tuberculose, ou leucemia.

Já a ditalação da pupila indicia suspeita de glaucoma, problemas do sistema nervoso e potenciais tumores.

Estes são alguns exemplos de problemas de saúde que se refletem nos olhos e que podem ser detetados com um exame oftalmológico.

Recentemente, experiências realizadas na University College London, na capital britânica, detetaram alterações nos olhos em ratos de laboratório, recorrendo a um exame de vista normal.

Os autores da pesquisa salientaram que, além da doença de Parkinson, também o mal de Alzheimer poderá, de futuro, ser denunciado neste teste oftalmológico.

A experiência, liderada pela professora Francesca Cordeiro, da University College London, é encorajadora para os neurologistas, tendo em vista a deteção destas doenças neurodegenerativas.

Para o trabalho de investigação – publicado na Acta Neuropathologica Communications –, os cientistas avaliaram roedores e verificaram alterações nos olhos, quando ainda não tinham sintomas da doença de Parkinson. Os cientistas destacam que o método será igualmente eficaz no caso de Alzheimer.

Trata-se de um processo simples, barato, não invasivo e, segundo Francesca Cordeiro, “uma potencial descoberta revolucionária, tendo em vista diagnósticos precoce no início de uma das doenças mais debilitantes do mundo”.

“Desta forma, será possível intervir mais cedo e tratar o paciente de forma mais eficaz”, assinala a investigadora, que destaca o facto de ainda não existirem métodos de diagnóstico de Parkinson.

Para Arthur Roach, diretor de pesquisa da organização não-governamental ‘Parkison’s UK’, este será um modo de suprir uma lacuna no combate a esta doença: um diagnóstico precoce, nos estágios iniciais da doença.

“Não obstante esta pesquisa ainda estar na sua fase inicial e de necessário realizar outros testes em pessoas com Parkinson, um exame simples e não invasivo, como o oftalmológico, poderá ser um método eficaz no tratamento da doença”.

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