Ordem dos Médicos: Cortes na Saúde prejudicam tratamento oncológico

O bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, teme que cortes na saúde afetem os tratamentos oncológicos, quer no tratamento, quer no diagnóstico. As medidas de redução da despesa vão ser avaliadas.

José Manuel Silva promete fazer uma auditoria que permita avaliar quais os impactos dos cortes na Saúde no tratamento de doentes com cancro. Segundo o bastonário, as opções do Governo podem ter um prejuízo direto e prejudicar o trabalho médico no combate ao cancro.

E este combate é feito na cura de casos diagnosticados, mas também na prevenção. “Pretendemos saber se o tratamento segue as diretrizes, se é uniforme nos diversos hospitais e se as medidas do executivo não estão a prejudicar o trabalho médico”, afirmou.

José Manuel Silva teme que essas medidas possam afetar “a rapidez no diagnóstico e no tratamento” de pacientes com cancro. Esta auditoria decorrerá na região sul – porque não há verba suficiente para estendê-la a todo o País – e será feita em parceria com a Direção-Geral de Saúde.

Independentemente do resultado deste estudo, o bastonário da Ordem dos Médicos não tem dúvidas de que os doentes “estão a ser prejudicados” pela política de corte da despesa levada a cabo pelo ministro Paulo Macedo.

Polémico e pessimista

Polémico, o bastonário da Ordem dos Médicos afirmou, com ironia, que o Governo deveria incentivar ao consumo do tabaco, para conseguir maiores receitas fiscais. Pessimista, previu um cenário de “bancarrota”, com Portugal incapaz de assumir os compromissos com a troika.

“Portugal está na bancarrota e não cumprirá a dívida. As taxas de juro são incomportáveis e o país está falido… Dentro de algum tempo, será perdoada parte da dívida portuguesa”, afirmou José Manuel Silva, que participava numa conferência sobre saúde, no Pombal.