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OMS defende segunda vacina contra Ébola na República Democrática do Congo

A ONU disse hoje que o novo coordenador da República Democrática do Congo (RDCongo) encarregado pela luta contra a epidemia do Ébola no país quer recorrer a uma segunda vacina.

A medida é, todavia, contrariada pelo ministro Saúde, Oly Ilunga, que se demitiu do cargo na passada segunda-feira.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) qualificou de urgência mundial a epidemia daquela febre hemorrágica, que já fez mais de 1.700 mortos no leste da RDCongo, desde agosto de 2018.

Pela primeira vez no mundo, uma vacina produzida pelo laboratório americano Merck, está a ser utilizada na RDCongo com sucesso.

Mas a OMS recomenda, neste momento, a introdução de uma segunda vacina, esta produzida pelo laboratório belga Janssen, filial da americana Johnson & Johnson.

Oly Ilunga opõe-se a esta segunda vacina.

Na sua carta de demissão, deu conta “de fortes pressões (…) exercidas desde há vários meses para abrir portas a uma nova experimentação na RDCongo” na luta contra o Ébola.

O responsável pelas situações de urgência da OMS, Mike Ryan, assegurou hoje aos jornalistas em Genebra que não houve “nenhuma pressão sobre o ministro da parte da OMS”.

A OMS “vai continuar a trabalhar com as autoridades da República Democrática do Congo (…) baseando-se nas recomendações do comité (Grupo do Conselho Estratégico sobre a Imunização) com vista à introdução de uma segunda vacina”, referiu.

O novo coordenador da luta contra o Ébola na RDCongo, Jean-Jacques Muyembe, está “empenhado em formar um grupo científico a nível nacional para estudar uma eventual segunda vacina”, disse Mike Ryan.

Jean-Jacques Muyembe integrou a equipa de pesquisa e combate em relação à primeira epidemia conhecida do vírus de Ébola, em 1976, quando o país ainda se designava Zaire.

Mike Ryan voltou a apelar a uma decisão final do governo de Kinshasa sobre o recurso a uma outra vacina, mas insistiu sobre “a necessidade de ter todas as ferramentas disponíveis” para fazer face a esta epidemia.

A vacina Merck está adaptada a situações de crise, porque é injetável numa só dose e assegura uma imunidade em dez dias.

Ao contrário, a vacina produzida pela Johnson & Johnson requer a administração de duas doses com 56 dias de intervalo, o que coloca um problema para salvar os pacientes no leste do país, à mercê da violência levada a cabo pelas milícias armadas.

A organização não-governamental Médicos Sem Fronteiras (MSF) defende a utilização imediata da segunda vacina a fim de se “construir um muro” de pessoas vacinadas à volta dos focos de infeção.

A MSF criticou “a falta de transparência” no que respeita às reservas da vacina Merck.

Mike Ryan afirmou que existem “‘stocks’ suficientes”, assegurando que se a epidemia se agravar, é possível garantir a entrega.

Lusa

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