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OIT: Portugal enfrenta “a situação económica e social mais crítica”

Portugal adotou “medidas que claramente afetaram o crescimento económico e o desemprego”, refere o diretor do Instituto de Estudos sobre o Trabalho da OIT. Raymond Torres aponta o perigo de perder o investimento “na educação” com os cortes “indiscriminados”.

Portugal “perdeu um em cada sete empregos”, denunciou o diretor do Instituto de Estudos sobre o Trabalho da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Raymond Torres. Criticando as “medidas indiscriminadas de cortes orçamentais, sobretudo em áreas importantes para o emprego”, o responsável alertou para a fuga de cérebros e instou o Governo a implementar ações de formação e apoios sociais para combater o desemprego jovem.

“Portugal enfrenta a situação económica e social mais crítica da sua história económica recente”, resume o estudo sobre o mercado de trabalho e o desemprego ontem apresentado pela OIT: “desde o início da crise global, em 2008, perdeu-se um em cada sete empregos, a mais significativa deterioração do mercado de trabalho entre os países europeus, depois da Grécia e de Espanha”.

Explicando o documento à Lusa, Raymond Torres endossou as culpas às medidas impostas pela troika, em especial “as políticas adotadas como consequência do pedido de assistência”. “Algumas medidas claramente afetaram o crescimento económico e o desemprego”, sustentou o dirigente, realçando ainda a falta de solidariedade comunitária: “se a Europa tivesse tido à disposição instrumentos de coesão mais fortes na zona Euro, se houvesse uma verdadeira união bancária, possivelmente a situação atual podia ter sido diferente”.

A crise na zona euro “tem consequências graves em termos de confiança nos sistemas políticos e o que pode causar uma fragmentação dos sistemas políticos, um desinteresse crescente acerca do sistema eleitoral”, o que no caso português agrava a situação, uma vez que os jovens sentem-se obrigados a emigrar: “para alguns jovens é a melhor opção, porque não há trabalho e ter uma experiência profissional é uma coisa boa”. Só que “Portugal tinha investido na educação de jovens e de alguma forma este investimento fica perdido”, alertou.

Os principais problemas na situação nacional foram as “medidas indiscriminadas de cortes orçamentais”, argumento Raymond Torres. “Se há dispositivos ineficazes ou despesas inúteis, a racionalização do orçamento público é normal”, mas essa “racionalização” não pode colocar em causa “o crescimento económico” nem agravar o desemprego.

O relatório da OIT aponta algumas soluções, como uma maior aposta nas exportações para fora da Europa, o reforço do financiamento das pequenas e médias empresas e a implementação de ações de formação e apoios sociais para combater o desemprego jovem. “Em relação a outros países, a cadeia de decisão ainda funciona em Portugal e não podemos subestimar isso”, sustentou o responsável: “as recomendações podem ser imediatamente aplicadas”.

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